sábado, 16 de junho de 2012
"Cheias de charme": uma bem sucedida aposta nos novos talentos
Apostar em novos talentos, mas sem esquecer a experiência e competência dos mais antigos é sempre um grande negócio. Foi o que a Globo fez ao produzir a novela “Cheias de Charme”, primeira experiência no gênero da ótima dupla Filipe Miguez e Izabel Oliveira. Resultado: a divertida e criativa trama é uma campeã que aumentou muito a audiência do horário para emissora. Como novela é um trabalho coletivo (na vida tudo o que se faz coletivamente é sempre melhor e mais forte) não se pode (seria injusto) atribuir o sucesso da novela apenas aos autores, embora eles sejam os mais importantes. “Cheias de Charme” se fez uma novela inteira na escolha do elenco, na direção acertada, no bem desenvolvido roteiro, na cenografia e em quase todos os detalhes fundamentais para completar um texto leve, engraçado, despretensioso e por isso mesmo quase perfeito.
São muitos os motivos que quando unidos garantem o bom caminho de qualquer novela. Não tenho dúvidas que a aceitação de “Cheias de Charme” está no fato de ser de certa forma uma novela musical. São poucas as coisas que mobilizam tanto o brasileiro quanto a música. Somos um país extremamente musical e o fato da novela ter um segmento (o principal) musical é sem dúvida uma poderosa “arma” para a conquista de audiência. Se a Globo estiver atenta (sempre está) perceberá que reside no ritmo musical um novo caminho a ser percorrido pelas novelas chamadas água com açucar. Musicais costumam ser leves e, portanto, de fácil digestão: tem sido essa a garantia do sucesso dos grandes musicais que percorrem o mundo (agora tem também no teatro brasileiro um porto seguro). Além do mais “Cheias de Charme” alimenta o sonho de todo brasileiro ide ser um artista famoso e renova essa esperança ao transformar três empregadas domésticas (fundamentais no nosso cotidiano) em um sucesso pessoal e profissional que nasceu praticamente do acaso. O Brasil é um país cheio de charme que mesmo enfrentando dificuldades tem um povo quer gosta (e como gosta) de compor e de cantar. Afinal, a música é o mais completo alimento da esperança. (Eli Halfoun)
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