quinta-feira, 6 de março de 2014
Campeonato da Unidos da Tijuca pode ser contestado, mas é renovador e merecido
Viviane Araújo, a rainha de bateria do Salgueiro, não esconde que achou injusta a vitória da Unidos da Tijuca. A opinião de Viviane também é a de muitos torcedores do samba e da maioria das escolas. Nenhuma novidade: todos os anos após a apuração essa história se repete e é perfeitamente normal que os perdedores chorem e esperneiem como acontece em qualquer competição, além do desfile das escoas de samba. É verdade que depois do último desfile da segunda-feira a Unidos da Tijuca não foi em nenhum momento incluída entre as favoritas ao título, mas ninguém tinha duvidava que ela tinha condições de ganhar, embora as preferências estivessem divididas entre Salgueiro, Mangueira, Portela e Beija Flor. Não se pode dizer que a Unidos da Tijuca correu por fora: nos últimos anos a escola tem sido sempre uma forte candidata ao podium.
Nos últimos anos a Unidos da Tijuca é a grande inovador do carnaval desenvolvendo enredos com criatividade e tentando renovar o formato, exatamente como Joãosinho Trinta fez quando deu vários títulos para a Beija Flor. Paulo Barros, o carnavalesco da Unidos da Tijuca é o Joãosinho Trinta moderno e que por isso mesmo aposta na modernidade para desenvolver para criar e desenvolver os enredos. Diante disso não podia dar outra: Paulo Barros é o carnavalesco mais disputado no momento pelas escolas, mas já avisou que até 2015 será da Unidos da Tijuca.
Muitas mudanças acontecerão nas escolas com o troca-troca de carnavalescos, de porta bandeiras e de rainhas de bateria. É o mesmo ritmo de todos os anos, o que movimenta o gigantesco mercado do samba, mas não muda coisa: na hora do desfile tudo pode acontecer assim como é sempre um mistério indecifrável tentar adivinhar o que acontecerá com as notas dos jurados, que podem até ser orientados tecnicamente para votar, mas nem assim escapam da vontade pessoal e talvez até da preferência como torcedor. É isso que conduz a grande máquina que é hoje o desfile. Concordo que o desfile campeão desse ano não foi o melhor realizado pelo carnavalesco Paulo Barros desde quer se consagrou como um mágico dos enredos, mas não ser pode deixar de reconhecer que a Unidos da Tijuca mereceu o título que, aliás, ficaria bem também com qualquer outra escola. Afinal, o samba é de todos. (Eli Halfoun)
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