segunda-feira, 24 de março de 2014

Televisão precisa divertir e fazer rir sem explorar as desgraças alheias

Desde que foi implantada por aqui a televisão comete o mesmo e grosseiro erro: embora tenha evoluído muito continua apelando para a chamada emoção barata, ou seja, a que faz o público chorar com os dramas e desgraças alheias na maioria das vezes sem qualquer respeito humano. A televisão (pelo menos a nossa) ainda não se convenceu que sua uma de suas principais funções é divertir e fazer o público animar-se e rir ao máximo porque a vida já o faz chorar o suficiente. A exploração de mazelas não acrescenta absolutamente nada a mundialmente reconhecida grandeza da televisão brasileira. Os dramalhões não podem continuar tendo espaço cativo para um público que precisa - e precisa cada vez mais - de diversão, especialmente se levarmos em conta que para a maioria dos telespectadores a televisão é o único lazer que ainda lhes permitem curtir. A queda de audiência do “Caldeirão do Huck” está levando o apresentador a repensar o programa: de agora em diante quer e vai investir mais - muito mais - em entretenimento, ou seja, quadros leves e divertidos que acrescentem para o grande público pelo menos um pouco mais de alegria. Se os quadros apelativos servissem ao menos para ajudar parte da população seriam até necessários, mas não é bem assim: não ajudam em nada nem as pessoas submetidas publicamente a uma desgraça maior através de suas próprias desgraças. Com sensibilidade Luciano Huck percebeu em tempo que o tempo é de avançar, mudar e acrescentar. Não se pode continuar fazendo da televisão uma desgraça maior do que na maioria das vezes ela já é. (Eli Halfoun)

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