sábado, 10 de novembro de 2012

Ser negro não é referência. É apenas uma simples questão de raça

Toda vez que se lê uma notícia envolvendo os nomes de Joaquim Barbosa ou de Barak Obama a informação vem acompanhada da referência do “é o primeiro negro do STF ou é (pela segunda vez) o primeiro negro a governar os Estados Unidos”. Não entendo porque não se fala em Barbosa ou em Obama da forma natural como se fala de qualquer outro ministro ou presidente. Essa necessidade de dizer que eles são negros parece mostrar quanto ainda convivemos com o racismo (é inconsciente), mesmo que lutemos muito para eliminar contra esse terrível absurdo. Tudo bem que a constante referência pode ser também uma forma de mostrar o quanto os negros são capazes e como estão conquistando com méritos lugar de destaque na sociedade mundial. Não me lembro de ter lido uma única vez a citação de que Pelé é o primeiro negro a ser considerado o atleta do século, assim como não se repete com a mesma insistência que se faz com os negros que Dilma Roussef é a primeira mulher a governar o país. Essa é agora apenas uma referência histórica, assim como Barbosa é o competente ministro e Obama o presidente de uma das maiores potências do mundo. Na importa se são negros, brancos ou amarelos. Importa é que são capazes e competentes e pelo que se saiba nem capacidade e nem competência têm cor. No começo o fato de ambos serem negros poderia ser apenas uma notícia porque se tratava da primeira vez. Eles realmente abriram um importante espaço para que outras negras conquistas aconteçam, mas até quando citaremos o fato de ser a primeira, a segunda ou a terceira vez que isso acontece? Não é preciso citar: basta olhar para ver, o que não muda nada na admiração e respeito que temos por eles e suas eficientes presenças profissionais e humanas. Ou será que para agir corretamente teremos de dizer que fulano é o décimo branco a ser isso ou aquilo. (Eli Halfoun)

Nenhum comentário:

Postar um comentário