sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Nem Felipão pode salvar a CBF de uma nova CPI na Câmara dos Deputados
A antecipação do anúncio (só aconteceria em janeiro) de que Felipão é o novo técnico da seleção teve um motivo muito especial: tranquilizar os ânimos na CBF, onde o clima é de absoluta instabilidade. O principal motivo do nervosismo é a possibilidade de que venha a ser instalada uma nova CPI para apurar verdades escondida sobre o que acontece na Confederação. O pedido de uma nova CPI envolvendo a CBF tem Romário como principal peça do digamos ataque. Romário está trocando passes com vários deputados para conseguir assinaturas que permitam a instalação de uma nova CPI, como também quer a presidente Dilma Roussef, principalmente depois da recente apreensão pela polícia de computadores e documentos na casa de Marco Pólo Del Nero, o vice da CBF, mas que é quem realmente manda por lá.
Ao contrário do que se pensa a indicação de Scolari como técnico não foi tão unânime assim. Embora estivesse apalavrada há meses o presidente da CBF, José Maria Marin conversou antes do anúncio oficial com Abel Braga, mas não houve acordo. A conversa de Marin com Abel CDOM desagradou Del Neto, que sempre quis Felipão como técnico e até apressou a saída de Mano Menezes.
Nessa linha de passe de intranqüilidade outra que preocupa a CBF é a saída de Andrés Sanches: o medo é que a qualquer momento Sanchez, que é um falastrão, bote a boca no mundo sobre algumas coisas nada recomendáveis que acontecem na digamos entidade. Sanchez, aliás, pode vir a ocupar a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo, segundo sugestão de Lula ao prefeito eleito Fernando Haddad. O único problema é o salário: como diretor de seleções da CBF Sanches tinha salário de R$ 75 mil mensais e na Secretaria paulista o salário máximo é de R$ 19 mil.
Mais uma bola rolando nessa estranha (tudo lá é sempre muito estranho) linha de passes da CBF: o novo contrato de Felipão tem uma cláusula que impede qualquer diretor da CBF de interferir na escalação da seleção, como aconteceu em 2002. Até parece que os diretores, que se acham competentes técnicos ficarão quietinhos em seu canto para não atrapalhar. Como, aliás, fazem sempre que abrem a boca. (Eli Halfoun)
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