domingo, 11 de novembro de 2012
Não esperem milagre dos pés de Oscar. Deixem que ele seja apenas craque
A mágica que o futebol oferece (e não só em campo) é o que há de mais fascinante no esporte que nos permite uma infinita variedade de emoções, de encantamento, de deslumbramento e até de decepções. Entre as muitas coisas que o futebol oferece talvez uma das mais intensas seja a facilidade para mudar de opinião sobre técnicos, jogadores e times O craque de hoje pode ser considerado o perna-de-pau de amanhã, assim como o técnico visto como salvador vira o “enterrador” do time no dia seguinte ou o time da nossa apaixonada torcida pode virar (na visão do torcedor, é claro) um timinho em apenas uma ou duas. Até recentemente a seleção brasileira era vista com mais desconfiança, os jogadores com falta de recursos e o técnico como um perdedor que só estava esperando a hora de pegar o boné para ir embora. Mudou: bastou Oscar fazer três ou quatro partidas maravilhosas pelo Chelsea para passar a ser considerado por torcedores e comentaristas como a solução que pode levar o Brasil a fazer uma boa figura na Copa de 2014. Antes de Oscar a maior esperança era o também craque Neymar. O torcedor ainda acredita no inegável talento de Neymar, mas não o vê mais como solução. A solução agora é Oscar. Assim cria-se antecipadamente mais um possível problema: jogar nas costas de Oscar uma responsabilidade que não é totalmente dele pode acabar pesando (e pesando muito) em suas atuações. Quem gosta de futebol sabe que Oscar pode enfim dar ritmo ao meio campo do selecionado e ser o “maestro” do time, o que já se esperou também de Paulo Henrique Ganso. A hora é de deixar Oscar jogar o futebol que sabe (e como sabe) livremente e sem uma responsabilidade que pode fazer com que se não for o “milagreiro” que se espera se transformar-se em mais um perna-de-pau. Oscar é craque. Vamos deixar que seja apenas isso. (Eli Halfoun)
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