Durante os muitos nos quais exerci em vários jornais a função de repórter pude acompanhar severas ações policiais para tirar famílias pobres de barracos erguidos em terras que não lhes pertenciam. Os posseiros daquela época eram obrigados a deixar (na maioria das vezes na base do tapa) seus casebres de madeira velha ou de barro. Tinham de devolver a qualquer custo a terra aos seus verdadeiros donos. Agora não é bem assim: reportagem exibida pelo “Fantástico” mostrando mansões luxuosamente construídas em áreas de preservação ambiental e que, portanto, pertencem ao governo, ou seja, a todos nós, permanecem de pé impunemente sem que ninguém consiga tirar os invasores. Resumindo: fica provado que mesmo com o empenho do Ministério Público a lei só continua sendo praticada contra quem não tem como defender-se e muito menos conseguir documentos ilegais que o dinheiro transforma em supostamente legais.
Não é a primeira vez que o “Fantástico” faz denúncias e esse é sem dúvida um bom caminho: denunciar é a mais importante missão do bom jornalismo. O ”Fantástico” está reabrindo um caminho da que faz da preservação do jornalismo combativo (e não o de “press-realeses” uma poderosa arma da democracia. (Eli Halfoun)
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