Ainda bem que começam a ficar comuns
as campanhas de prevenção contra várias doenças. Todo mundo sempre soube que é
com a prevenção que se evitam doenças e muitos outros problemas. Evitar as
doenças, ou seja, prevenir-se, é ainda a melhor maneira de diminuir as filas
nos hospitais e assim, quem sabe, melhorar - e com urgência - a qualidade de
atendimento.
Muitas doenças graves podem ser
evitadas, ou pelo menos adiadas, com a prevenção: as campanhas públicas e de
associações médicas acabam de alguma forma conscientizando o cidadão para a
importância de verificar ( é a chamada oferta de ocasião) se é portador do mal
focalizado na campanha e se for, da necessidade de tratar-se.
Mas tratar-se aonde se os
hospitais públicos não tem a mínima condição de atender dignamente a qualquer
tipo de paciente? Essa é outra vantagem das campanhas: no momento em que são
realizadas elas abrem um importante canal de atendimento em hospitais públicos
ou no mutirão de médicos estabelecendo assim a única maneira de alguém ser
atendido num desses doentes hospitais ou em praça pública.
São campanhas de todos os tipos
que se repetem – é preciso repetir muito para criar consciência – a cada
semana, a cada mês, a cada ano. Uma das mais frequentes é a da prevenção do
câncer de mama dirigida às mulheres . Ao excluir os homens desse alerta
aumentas-se a crença popular (e “furada”) de que o câncer de mama só atinge mulheres. Mentira
absurda e cruel porque acaba excluindo os homens de qualquer tipo de cuidado e
prevenção, o que pode ser um fatal.
Câncer de mama dá, sim
nos homens e se é verdade que o número de vítimas masculinas é mínimo (fala-se
em 1% dos casos no mundo) é real que se os homens também forem alertados para a
prevenção que, aliás, está ganhando alertas, esse um por cento talvez seja reduzido para quase zero.
Eu também, com muitos homens, não
acreditava que câncer de mama dava em homem até que fui vítima de um quase
fatal. E se hoje sei que câncer de mama é também uma perigosa doença masculina
sei mais ainda que as campanhas dirigidas às mulheres deveriam abrir um –
pequeno que fosse – espaço para alertar os homens. O sexo masculino também precisa
saber da importância da prevenção contra uma doença supostamente feminina.
Depois que a doenças de se instala, inclusive após a mastectomia ( retirada da
mama afetada )é preciso ter peito para enfrentá-la.
Poucos são, reconheço, os casos conhecidos
de câncer de mama no sexo masculino: homem não faz, por vergonha (pode pegar
mal), por machismo ou por achar que essa é uma doença feminina ( e repito: não
é, não) menos propaganda. Não me lembro de ter visto qualquer homem na
televisão ou em qualquer outro veículo de comunicação falando sobre câncer de
mama masculino não para orgulhar-se de ter enfrentado – e vencido – a doença
mas para alertar que os homens precisam estar cada vez mais conscientes de que
o câncer de mama não é uma doença feminina. Aliás, as mulheres deveriam ser
alertadas para alertar seus homens.
* Prevenção não diminui a masculinidade de ninguém
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