quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
domingo, 8 de fevereiro de 2015
MAIS VIVO DO QUE NUNCA
Do outro lado do balcão
do pequeno e movimentado bar de uma movimentada rua de Copacabana, no Rio,
a sorridente, jovem e bonita garçonete me atende mais
sorridente e animada do que nunca. Entusiasmada vai logo mostrando o motivo de tanta animação: está,
com o jovem marido, quase conseguindo
realizar o sonho da casa própria - sonho que, aliás, é o maior de da maioria
dos brasileiros que não tem onde morar e que por isso mesmo são explorados,
como em tudo por aluguéis extorsivos. A quase concretização do sonho deixa a
garçonete alimentando mais um sonho : o de fugir da Zona Sul e no distante subúrbio reencontrar a tranquilidade
de morar razoavelmente e, mais do que isso, fugir da violência ( como se ela só
existisse na Zona Sul) para buscar a solidariedade no contato com os vizinhos,
com a família, que agora terá espaço para ser recebida. Tem lá as suas razões a
sonhadora garçonete: os apertados e amontoados apartamentos da Zona Sul
fizeram, por mais paradoxal que possa
ser, as pessoas se engaiolarem e fugirem uma das outras. Já se foi o tempo em
que a vizinhança era fundamental, como ainda é no subúrbio, e necessária. Hoje,
em edifícios que mais parecem caixotes em cima de caixotes com, às vezes, até
34 apartamentos por andar, ninguém
conhece ninguém e é mesmo impossível conhecer a multidão que circula por ali
diariamente, num entra e sai intolerável e insuportável .As pessoas andam tão
amedrontadas e por isso mesmo tão defensivas que o pensamento mais constante é
de que o vizinho do lado pode ser um inimigo. Nunca um amigo.
O contagiante sorriso da bonita
garçonete que, de certa forma, abastece de álcool a solidão dos fregueses do
pequeno bar, me mostra o quanto o sonho é fundamental na sobrevivência do ser
humano. Diante de tudo o que se tem
visto e ouvido diariamente, diante das dificuldades cada vez maiores impostas
pelo dia a dia o sonho é só o que, na maioria das vezes, nos resta: o sonho de
um futuro melhor, o sonho de, quem sabe, ganhar na loteria ( em qualquer
uma muitas que andam por aí e que fazem
da vida um verdadeiro jogo), o sonho fundamental de encontrar a felicidade
total, se é que ela existe, o sonho de amar e ser amado ( não existe, até porque
não resiste, amor sem troca). Enfim a vida só é completa se estiver recheada de
sonhos e, portanto de esperança. Todo sonho está sempre carregado de esperança
e é exatamente isso o que vejo e entendo no sorriso da garçonete que está
prestes a realizar um sonho e que vai fatalmente construir, a partir da
realização do sonho da casa própria, muitos outros sonhos. Exatamente porque
todo o sonho é no fundo uma enorme e sempre necessária esperança é que se faz
fundamental sonhar. E sonhar cada vez
mais. Sem sonhos não existe esperança e
sem esperança não existe vida. Continuemos, portanto, sonhando, cada vez mais,
com a casa própria, com o melhor patrão, os melhores amigos, o mais sincero
amor, a mais completa felicidade. Enquanto houver capacidade de sonhar haverá
sempre possibilidade de realizar esse
sonho e, portanto, de viver.
* Mesmo que viver seja, às vezes, apenas um
sonho.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
O DESAFIO É A VIDA
Eu não tenho que
me defender dos bandidos. Como todo cidadão que mora nesse violento estado
tenho sim que tomar precauções para evitar ser mais uma vítima da violência.
Minha proteção, assim como as de todo o cidadão, está nas mãos da polícia e ela
sim tem que estar armada. De preferências muito melhor do que estão os
bandidos.
O dia a dia nos tem mostrado que
nas mãos de quem não sabe usá-la a arma é um brinquedo perigoso, muito
perigoso. E eu não quero arma nem de brinquedo nas mãos de nenhuma das minhas
crianças. Não posso fazê-las crescer sem perceber a triste realidade da
existência de armas mas posso, sim, evitar que cresçam achando que o revólver é
a salvação. Até de brincadeira a arma,
qualquer arma, pode ser mortal.
Todo dia me recordo – e ainda com
um imenso pavor – da noite em que uma brincadeira entre amigos quase me alvejou
com um tiro certeiro e que certamente seria fatal. Em seu belo apartamento no Leblon
um querido amigo fez questão de me mostrar o revólver novo de sua inútil
coleção. Era, dizia com orgulho, uma arma maravilhosa ( como se alguma arma
pudesse ser maravilhosa)… Colocou o revólver na minha mão garantindo que estava
sem bala. Apavorado ( até arma de brinquedo me assusta e essa não era...)
devolvi imediatamente o revólver e meu amigo insistiu: “está sem balas, pode
puxar o gatilho”. Não puxei, mas ele, apontando primeiro para meu peito a menos
de um metro de distância, e depois para a imensa e fechada janela do
apartamento, insistiu: “está sem bala,
quer ver” e puxou o gatilho. Não estava. O vidro da janela se espatifou pelo chão, meu amigo, branco como a morte,
não sabia o que dizer e nem eu iria
ouvir tão apavorado estava. A brincadeira podia ter se transformado em
tragédia. Como sempre acontece quando uma arma entra na “conversa”.
Não vamos discutir aqui o democrático
jogo do sim e do não. Minha opinião ( concordo que cada um deva ter
democraticamente a sua, seja qual for) será dada nas hora certa e na urna. Não
será uma opinião de decisão política mas
sim uma opinião humana,. Que é a que mais vale nesse e em todos os momentos.
Ouço - e ouço com atenção - todos os argumentos do sim e os do não. Mas estou
convencido que uma arma não me livrará de nenhum bandido. Pelo contrário. Quem
tem que me livrar dos bandidos é a polícia – essa assim armada até os dentes.
Mesmo nas inocentes brincadeiras de
criança aprendemos que armas são perigosas e até assim brincamos de matar uns aos
outros sem perceber que é essa a realidade e a finalidade da arma. Arma foi
feita para matar.
* Não para viver
Eli Halfoun
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
DONO DO PEDAÇO
Um problema de saúde ainda sem diagnóstico definitivo tem me
impossibilitado de atualizar o blog diariamente como veinha fazwedo há mais de
dois anos desde que o lancei e no qual já postei dez mil textos para mais
fde100 mil visualizações.
A doença me deixa muito cansado
com a respiração bastante dificultada e algus dias não encontro forças paras
escrever uma única notinha. Por isso tenho sido obrigado a recorrer a textos de
arquivo (inéditos no blog) como estou fazendo hoje com o conto erótico Dono do
Pedaço que faz parte do meu livro que reúne mais de 30 contos Uma das características
dos contos incluídos no livro e que eles se mantém fiéis a linguagem, ou seja,
é português claro, que é, afinal, o que utilizamos mesmo nas horas mais íntimas.
Espero que gostem assim como espero que eu volte a ser o dono desse pedaço o
mais rápido possível e com muitaa novidades.
Dono do pedaço
Alto, forte, bonitão, bronzeado pelo sol da
praia (que frequentava diariamente) e bem sucedido (dono de alguns imóveis que
lhe garantiam de aluguel quase dez mil reais por mês, o que o fazia orgulhar-se
de não precisar mais trabalhar), Dinho era o chamado pica doce da rua Miguel Lemos, em Copacabana, no Rio, na qual foi
praticamente criado. Morava ali desde os 10 anos de idade e hoje, aos 40, era uma espécie de prefeitinho da rua. Conhecia todo mundo (do jornaleiro aos
porteiros), mas eram as mulheres, mesmo as casadas, que formavam o seu maior
fã-clube. Já tinha, pra dizer a verdade, transado com a metade das mulheres da
Miguel Lemos, mas, solteirão convicto, não queria compromisso com ninguém:
-Mulher dá muito trabalho, pega no pé da
gente, acaba com a liberdade, é, enfim,
um saco - dizia, orgulhoso, para os amigos do bar (era bom de copo, o Dinho) e arrematava:
-
Vocês estão aqui bebendo, mas daqui a pouco têm que voltar pra casa porque, se não voltarem, apanham da dona encrenca. Mulher
é muito bom para uma trepada, duas no
máximo, e depois tchau...
Ronaldo (o apelido Dinho vinha desde a infância, porque a avó materna, que lhe deixou
todos os apartamentos como herança, só o chamava de Ronaldinho) orgulhava-se de
sua solteirice e era desses machistas que fazem questão de contar em detalhes
as trepadas que dão, como se mulheres fossem simples objetos sexuais. Dinho não
acreditava em sexo com amor:
- Isso é babaquice - dizia irritado para aqueles que defendiam a
tese de que sexo e amor andam juntos. Orgulhoso, completava:
- Eu sou mesmo é uma máquina de trepar, e isso é ótimo
Jamais tinha se apaixonado, o
Dinho. Com medo de se envolver, não se dava essa oportunidade, e só para
sacanear os amigos de copo contava,
diariamente, uma nova aventura. Inventava muito, sabiam todos que, mesmo assim,
fingiam acreditar. E provocavam:
- Qual foi a última, Dinho? Conta aí, vai...
Ele adorava e contava:
-Tem uma mulher que eu estava paquerando há meses e que ontem acabou
conhecendo a minha gostosura. Sabem aquela morenaça que mora em frente ao meu prédio? Pois é: todo dia
quando eu chegava em casa ficava olhando pela janela, e ela, mesmo sabendo que
eu a estava olhando, tirava a roupa. É como se fizesse um striptease exclusivo
para mim. Sem roupa, ela ficava desfilando de um lado para o outro. Ontem eu
não resisti e também arranquei fora a minha bermuda, deixando aparecer o meu
pau duro. Eu pegava no pau e balançava o saco como se estivesse oferecendo para
ela. Quando, mesmo de longe, percebi que ela estava aflita, fiz um sinal
perguntando se ele não queria vir até o meu apartamento. Ela fez um sinal de
“vem você”, e três minutos depois lá
estava eu...
Ficava excitadíssimo, o Dinho,
quando contava mais uma de suas conquistas machistas. Fazia suspense e
completava:
- Quando entrei no
apartamento, ela já estava nua. Mas, assim mesmo, fiz questão de
pedir uma cerveja e criar um clima - disse, para em seguida entrar em
detalhes:
: - Eu estava sentado no tapete branco e
aveludado da sala, e a Betty sentou, nuazinha, ao meu lado. Engoli o último
copo de cerveja de uma só vez, e ali mesmo na sala comecei a beijá-la e a roçar minha mão nos pentelhos de sua buceta que,
em seguida, comi
sem parar. Dei umas duas trepadas e depois fui embora. É um fodão, a
Betty, mas agora eu não quero mais
saber. Já comi, e ela entrou para o meu caderninho. Deve ser a número mil.
Dinho tinha lá os seus motivos para
tratar as mulheres como objeto, para odiá-las até. Aos vinte e poucos anos
tinha conhecido, ali mesmo na rua, Daniela, de quem acabou ficando noivo. O
romance durou quatro anos e, na época,
Dinho estava tão apaixonado que insistia, embora Daniela, não quisesse, em
casar. Tanto insistiu, que Daniela acabou concordando, e ele, feliz como nunca,
comentava com os amigos:
- Agora eu vou mudar de vida, chega de galinhagem...
O casamento não aconteceu porque, dias
antes, Dinho flagrou Daniela trepando
com um amigo seu, e ainda por cima em seu
apartamento, do qual ela tinha a chave. Foi um escândalo. Difícil mesmo
foi explicar para os amigos, mas Dinho arranjou uma desculpa:
- Eu não nasci para esse negócio de casamento. Agora tá tudo bom, mas daqui
a pouco ela vai querer mandar em mim e eu vou ficar babacamente prisioneiro,
como vocês. É melhor pular fora antes que a desgraça aconteça.
Desde esse dia, Dinho passou a
frequentar menos os bares da rua. Para fugir do noivado desfeito ia a bares distantes e só queria mesmo
era sair com as putas. Justificava para si mesmo:
-
Puta não se envolve, não deixa eu me envolver, e se amanhã passar por mim na rua finge que nem me conhece. Além do
mais, eu posso comer uma diferente
por dia, que, afinal, buceta só serve para isso mesmo.
De vez em quando, fazia
discursos inflamados contra as mulheres que
são uma filhas das putas e só servem
para trair os homens. Só de lembrar o chifre que tinha levado da Daniela
ficava possesso e gritava :
-
Não tem mulher fiel nesse mundo. Até puta trai a gente. Todos vocês já foram
corneados - dizia, como se estivesse
apontando para todos os homens no bar.
Desse dia em diante, o revoltado Dinho saiu à
cata de uma mulher fiel. Convencido de que não existia mulher, fiel acabou
comprando, numa sex shop, uma mulher inflável. Pagou feliz, pensando,
essa sim vai ser só minha e vai
fazer tudo e só o que eu quiser. Na
mesma noite, deu a primeira trepada com a
mulher inflável, que batizou
de Samantha, e adorou. Samantha estava sob seu total domínio:
não falava, não reclamava, fazia tudo o que ele quisesse, fodia na hora que ele
bem entendesse e, o que era melhor, não poderia traí-lo. Certo de que tinha,
enfim, arranjado a mulher ideal (aquela que ele tinha na cabeça), Dinho voltou a frequentar, com a
assiduidade anterior, os bares da Miguel Lemos, e contava para os amigos que
tinha encontrado a mulher de seus sonhos.
A
boneca não tinha vida e, portanto nem expressão, e muito menos emoção, mas ele
descrevia Samantha para os amigos como se fosse uma deusa. Dessa vez estava, sim,
apaixonado e nem precisava casar. Os
amigos começaram a ficar curiosos e a perguntar tudo, tudinho sobre essa deusa. Pela primeira vez em sua vida,
Dinho, que (da boca pra fora) se dizia um liberal, morria de ciúmes, mesmo
consciente de que, com Samantha, não
seria traído. Mas a fama de galinhão
falava mais alto e Dinho continuava paquerando, só para se mostrar na frente
dos amigos, as mulheres da rua, até que conheceu Lucy, um banquete louro para 400 talheres.
A
paquera deu certo, e no dia seguinte, lá estavam Dinho e Lucy em seu
apartamento. A Samantha vai entender, pensava Dinho, enquanto beijava os
olhos, os ouvidos, a boca de Lucy que,
ao contrário de Samantha, reagia com emoção. No quarto, os corpos de Dinho e
Lucy se entrelaçaram. Ele chupava aquela buceta viva, ela chupava seu pau.
Gemiam os dois, mas Dinho estava com a consciência culpada e não sentia o mesmo
prazer das outras noites. O pau de Dinho
estava quase explodindo de tão duro. Lucy, excitadíssima, oferecia a xoxota, e
quando achou que Dinho ia, enfim, enfiar aquela caceta dura, ele jogou o braço
para baixo da cama, puxou Samantha e
foi nela, que permanecia, como sempre, imóvel, que enfiou seu pau do qual
jorrou imediatamente uma grande quantidade de porra.
Sentada na beira da cama, Lucy
não entendeu nada. Achou que valia menos do que um objeto. Sentiu-se um lixo de
carne e osso, enquanto Dinho dormia abraçadinho e feliz com a impassível Samantha. (Eli Halfoun)
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
O Rei do Gado e da audiência de uma televisão verde e amarela
Os jornais informam que a reprise de
O Rei do Gado tem obtido mais audiência do que as novelas inéditas exibidas
atualmente pela Globo. Não é de se estranhar: a novela de Benedito Ruy Barbosa
é infinitamente melhor em todos os aspectos do que as ditas novelas inéditas.
Talvez esse seja o momento ideal para o Departamento de Dramaturgia da emissora
parar para rever seus critérios de escolha de temas. O Rei do Gado está mostrando
claramente que o brasileiro quer mesmo é ver na televisão especialmente nas
novelas o seu próprio país – um país que precisa aprender a conhecer melhor. O
público cansou de ver personagens fictícios com os quais pouco se identifica e
para seu próprio orgulho procura encontrar-se no vídeo. O brasileiro quer ver
um Brasil simples como ele, que fale sua linguagem e com o qual mais se
identifique. Portanto, vamos dar aos brasileiros o que ele mais quer,sonha e
precisa: o país do qual faz parte de corpo inteiro e que o Rei do Gado mostra
que não quer se afastar. É hora do Brasil ser mais Brasil nos folhetins. É hora
do Brasil ser verde e amarelo na televisão. (Eli Halfoun)
Rede Record pode anunciar esse mês contratações de Xuxa e de Adriane Galisteu
A Rede Record está prometendo para
esse mês a realização de grandes eventos que terão a finalidade de anunciar
grandes novidades e a maior delas poderá ser o anúncio da contratação de Xuxa
para comandar um programa de entrevistas “semelhante ao de Ellen Degeneres nos
Estados Unidos. A outra contratação a ser anunciada pode ser as de Adriane
Galisteu para integrar a equipe do Programa da Tarde. A contratação de Adriane
tem apoio total do departamento comercial da emissora que acha que ela “vende
muito”. Não existe possibilidade de Xuxa e Adriane se encontrarem em um mesmo
programa: as duas não se falam e o motivo é o romance que tiveram com Ayrton Senna
que as duas parecem não ter esquecido. (Eli Halfoun)
Rede TV processa Rafinha Bastos por ter falado a verdade
A Rede TV também entrou na onda de
processar o apresentador e humorista Rafinha Bastos, que já é o rei de processos
na televisão. O motivo do processo é a alegação de que em recente edição do
Agora é Tarde na Bandeirantes Rafinha disse que “eu achei que a Rede TV tinha sido
o meu fundo do poço” No processo a Rede TV alega ter sofrido calúnia”. Exagero:
a verdade não é calúnia e portanto Rafinha não mentiu quando falou em fundo poço
do qual, aliás, a Rede TV não consegue sair.(Eli Halfoun)
Até os foliões querem que chova três dias sem parar no carnaval
Embora a chuva não seja benéfica para
a o carnaval de rua tudo indica, segundo recente levantamento, que a música preferida
e mais executada do carnal no Rio seja a antiga marchinha que pede “tomara que
chova três dias sem parar” Será o primeiro carnaval na história do Rio em que
se pedirá chuva. Geralmente é ao contrário, mas acontece que gora os foliões
estão conscientes da necessidade de muita chuva para não ficarem sem água em
suas torneiras depois da festa. Aliás, a marchinha tem sido executada com
frequência em todo Brasil e Claudia Leite
já cantou na Bahia, mas ainda não fez chover o suficiente. (Eli Halfoun)
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Homens de peito
Ainda bem que começam a ficar comuns
as campanhas de prevenção contra várias doenças. Todo mundo sempre soube que é
com a prevenção que se evitam doenças e muitos outros problemas. Evitar as
doenças, ou seja, prevenir-se, é ainda a melhor maneira de diminuir as filas
nos hospitais e assim, quem sabe, melhorar - e com urgência - a qualidade de
atendimento.
Muitas doenças graves podem ser
evitadas, ou pelo menos adiadas, com a prevenção: as campanhas públicas e de
associações médicas acabam de alguma forma conscientizando o cidadão para a
importância de verificar ( é a chamada oferta de ocasião) se é portador do mal
focalizado na campanha e se for, da necessidade de tratar-se.
Mas tratar-se aonde se os
hospitais públicos não tem a mínima condição de atender dignamente a qualquer
tipo de paciente? Essa é outra vantagem das campanhas: no momento em que são
realizadas elas abrem um importante canal de atendimento em hospitais públicos
ou no mutirão de médicos estabelecendo assim a única maneira de alguém ser
atendido num desses doentes hospitais ou em praça pública.
São campanhas de todos os tipos
que se repetem – é preciso repetir muito para criar consciência – a cada
semana, a cada mês, a cada ano. Uma das mais frequentes é a da prevenção do
câncer de mama dirigida às mulheres . Ao excluir os homens desse alerta
aumentas-se a crença popular (e “furada”) de que o câncer de mama só atinge mulheres. Mentira
absurda e cruel porque acaba excluindo os homens de qualquer tipo de cuidado e
prevenção, o que pode ser um fatal.
Câncer de mama dá, sim
nos homens e se é verdade que o número de vítimas masculinas é mínimo (fala-se
em 1% dos casos no mundo) é real que se os homens também forem alertados para a
prevenção que, aliás, está ganhando alertas, esse um por cento talvez seja reduzido para quase zero.
Eu também, com muitos homens, não
acreditava que câncer de mama dava em homem até que fui vítima de um quase
fatal. E se hoje sei que câncer de mama é também uma perigosa doença masculina
sei mais ainda que as campanhas dirigidas às mulheres deveriam abrir um –
pequeno que fosse – espaço para alertar os homens. O sexo masculino também precisa
saber da importância da prevenção contra uma doença supostamente feminina.
Depois que a doenças de se instala, inclusive após a mastectomia ( retirada da
mama afetada )é preciso ter peito para enfrentá-la.
Poucos são, reconheço, os casos conhecidos
de câncer de mama no sexo masculino: homem não faz, por vergonha (pode pegar
mal), por machismo ou por achar que essa é uma doença feminina ( e repito: não
é, não) menos propaganda. Não me lembro de ter visto qualquer homem na
televisão ou em qualquer outro veículo de comunicação falando sobre câncer de
mama masculino não para orgulhar-se de ter enfrentado – e vencido – a doença
mas para alertar que os homens precisam estar cada vez mais conscientes de que
o câncer de mama não é uma doença feminina. Aliás, as mulheres deveriam ser
alertadas para alertar seus homens.
* Prevenção não diminui a masculinidade de ninguém
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Amor em capítulos
Amor em capítulos
As novelas brasileiras, sem
dúvida as melhores do mundo, ganharam tamanha qualidade e elencos tão
talentosos que ninguém mais tem vergonha de assumir que assiste – e até
acompanha atentamente – as novelas. É uma conquista da televisão e o fim da
hipocrisia que levava muitos telespectadores a negar que assistiam novela,
televisão, de uma maneira geral, também.
Era uma época em que todos os
quartos de empregada “ficavam” na sala e tinham um aparelho de televisão
constantemente ligado : todo mundo sabia o que acontecia nas novelas mas fazia
questão de, com vergonha de ser noveleiro, dizer que via novela, sim, mas só
quando passava pelo quarto da empregada, a dependência mais visitada e usada de
qualquer casa. Hoje todo mundo vê novela, discute as muitas situações
desenvolvidas na trama e espera ansiosamente pelo próximo capítulo.
Uma coisa em especial chama a
atenção nas novelas: em todas as novelas as relações de amor são sempre muito,
mas muito mesmo, complicadas. Pode-se argumentar que esses desencontros
afetivos são necessários para garantir o interesse do público. Mas se a novela,
como afirmam muitos autores, procura buscar na realidade a sua inspiração
maior, fica realmente uma preocupante questão: será que, como na ficção na vida
real o amor é também tão complicado assim?
Os capítulos diários da vida
nos tem, mostrado que o amor não é tão dolorido ( na verdade amor não dói, a
falta dele, sim) e complicado quando nós o fazemos ser, por insegurança, medo,
egoísmo e outros desnecessários sentimentos . Nós é que, geralmente,
complicamos tudo. Esperamos tanto do amor ( e é de se esperar muito dele, sim)
- e não falo só de amor entre duas pessoas mas do amor entre todos . As
diferenças afetivas entre casais são problema que só interessa ( ou deveria
interessar) aos envolvidos mas acabam, de uma forma ou de outra, sendo um
reflexo dos desentendimentos de amor do cotidiano geral.
Parece
que, como nos romances das novelas , está ficando muito difícil simplesmente
amar ( e amar com a simplicidade é que o verdadeiro amor exige) o próximo,
perceber que em cada ser humano, por mais amargo e sofrido que a vida o tenha
feito há muito amor para buscar. E para dar.
Sabemos
todos que o mundo está infestado e até dominado por um punha de maus-caretes,
mas será que precisam deswfilar assioduamente pelas novelas com o um exemplo
fde péssima qualidsade. Me preocupoa a
preesença desdese punhado de gente
personagens que não valem nada. O ser humano ruim passou as ser mais
importante dop que o bom e issop é além de prtecupantye insadmissível. (Eli
Halfoun)
rátedrs
* Só assim
teremos, como na ficção , um esperado final feliz para todos. E para sempre. (Eli Halfoun)
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