sábado, 17 de agosto de 2013

CONTO ---------- Serviço completo

Desde criança Júlio era visto como um menino muito especial. Bonito, inteligente, despachado, fazia a alegria e o orgulho dos pais, Frederico e Débora, que viam nele uma jóia de filho. Caprichoso, Júlio gostava de vestir-se todo combinadinho, estava sempre cheirozinho e tinha um gosto nada comum aos meninos que, como ele, tinham pouco mais do que cinco anos de idade. Adorava ópera, o menino, que passava horas ouvindo discos do gênero e atormentando a família, principalmente a irmã Flora, que odiava ópera e por isso mesmo não entendia o estranho gosto de Júlio. Foi assim que ele cresceu, e cresceu já sabendo que casaria com Fani, a filha de um casal amigo de seus pais. Fani tinha a mesma idade de Júlio e os pais dela combinaram com os pais de Júlio o futuro casamento. Era uma espécie de contrato. Júlio e Fani cresceram praticamente juntos, mas foi aos l5 anos que, ao descobrirem a intenção dos pais, começaram a namorar. Namoro de criança que se limitava a passeios, ir ao cinema e viajar juntos nas férias, mas sempre acompanhados dos pais, ou seja, os responsáveis pelo contrato. Foi assim durante três anos. Júlio e Fani se gostavam muito e até admitiam e sonhavam com um casamento feliz. Aos l8 anos, Júlio era um belo rapagão de voz grossa, cabelos avermelhados, um tesão, diziam as amigas. Fani não ficava atrás. Os cabelos eram louro-escuro, quase vermelhos como os de Júlio, os olhos cor de mel, traços perfeitos, sorriso cativante e um corpo maravilhoso no qual se destacavam os lindos pés e as longas e bem feitas coxas. Tanto os pais de Júlio quanto os de Fani não viam a hora do casamento acontecer, e certos disso já deixavam Júlio e Fani sozinhos em casa. Júlio, educado e diferente como sempre, mantinha o respeito e limitava-se aos beijos e aos abraços. Fani queria mais, e foi ela quem provocou: tinham viajado, com toda a família, para Miguel Pereira, no Estado do Rio, e ficaram todos no mesmo hotel. Fani, num quarto com Flora, a irmã de Júlio, e ele sozinho num quarto ao lado. No finalzinho da tarde, Júlio e Fani resolveram fazer uma sauna. Estavam sozinhos naquele calor artificial que os fazia suar, quando Fani deitou a cabeça no colo de Júlio, que estava de sunga. Fani sentiu uma coisa crescer em sua cabeça. Sentiu, pela primeira a rigidez daquele caralho, que já tinha visto tantas vezes na infância. Tremeu, arrepiou-se e ficou vermelha, a doce Fani, mas não se fez de encabulada: girou a cabeça devagarinho e começou, por cima da sunga mesmo, a beijar e a mordiscar carinhosamente o pau de Júlio. Ele não se aguentava, e educado como sempre, pediu um dá licença, colocou o pau pra fora e passou também a acariciar o biquinho do peito direito de Fani, que só tinha a cobri-la um sensual biquíni preto de lycra. A lycra do soutien do biquíni esticou interinha, com a mão de Júlio por dentro; a lycra esticava tanto quanto o pau de Júlio, que até então só sabia o que era gozar usando a sua própria mão: era, respeitosamente, o rei da masturbação. Fani gemia e passou a chupar a cabeça (só a delicada e sensível cabecinha) do pau de Júlio. Não fizeram mais nada: tiveram que disfarçar, meio sem graça, quando outras pessoas, inclusive seus pais, entraram na sauna. Durante o jantar, com as duas famílias reunidas, Júlio e Fani, não paravam de se beijar e de esfregar, por baixo da mesa, a perna uma na do outro. Já passava das 22 horas quando, depois de três canecas de vinho quente com canela, resolveram, todos, ir dormir. Tinham acordado cedo, para curtir mais o dia no campo, e estavam cansados, cansadíssimos, diziam os velhos em coro e já quase dormindo. Fani foi para o quarto em que estava com a irmã de Júlio, e ele foi para o seu, bem ao lado. Despediram-se com um rápido beijinho na boca, embora quisessem, o olhar de ambos não negava, mais, muito mais, do que isso. Não conseguiram, apesar de mortos, dormir. Na cama, Fani mexia-se de um lado para o outro e, para não chamar a atenção da futura cunhada, repetia: estou tão cansada que não consigo dormir. No quarto ao lado, Júlio, ainda cheio de tesão, também não conseguia pegar no sono. Dessa vez, talvez por culpa, não se permitiu a masturbação. Estava quase adormecendo quando ouviu a porta de seu quarto abrir. Pensou que era a mãe, que vinha para cobri-lo (a velha tinha essa mania, desde que Júlio era apenas em bebê), mas surpreendeu-se com a presença de Fani vestida num não muito sensual pijama de flanela. Não falaram nada: ali mesmo no escuro, Fani sentou na beira da cama de Júlio, e os dois começaram logo a se beijar aos chupões. O pau de Júlio endureceu e levantou o cobertor como se fosse uma miniatura de barraca. Não diziam nada, com medo de serem ouvidos. Fani enfiou a mão por baixo do cobertor e sentiu o pau de Júlio, que tinha a mania de dormir nu, latejar em sua mão. Júlio fazia o mesmo movimento de uma trepada e enfiou a mão trêmula por dentro do quentinho pijama de flanela da Fani, para perceber logo que ela estava sem calcinha. Tinha vindo preparada, a virgem noivinha. Apavorados com a possibilidade de um flagrante, ficaram só nessa de usar as mãos, e mesmo assim gozaram maravilhosamente. Aliviada, Fani foi devagarinho, como se estivesse pisando em ovos, para o seu quarto, e aí sim dormiram tranquila e sexualmente felizes. No dia seguinte, depois do café da manhã, deram um jeito de sair sozinhos para passear pela mata. Ninguém quis, felizmente, acompanhá-los. Os dois vestiam joggins de malha e levaram uma garrafa de água mineral para o caso de ficarem com sede durante a caminhada. Estavam embrenhados mata a dentro, quando resolveram dar uma paradinha para descansar. Sentaram-se debaixo de uma árvore e Fani perguntou: - Gostou de ontem à noite, Júlio? Pena que não deu par ser completo. Ando louquinha para ter esse teu pau dentro mim. Júlio sorria satisfeito e dizia: -Não vai faltar oportunidade ... Olha ali, gritou Fani, ao avistar um cavalo com um gigantesco pau duro querendo cavalgar numa égua. Cavalo e égua começaram a trepar, o que deixou Júlio e Fani excitadíssimos e curiosíssimos: era a primeira vez que viam animais fodendo. Sem repressão (finalmente, não havia ninguém para vigiá-los), começaram a se agarrar como dois animais, e foi ali mesmo debaixo daquela árvore que treparam de verdade pela primeira vez. Nem tiraram toda a roupa: Júlio abaixou até a altura dos joelhos a calça de malha de Fani, fez o mesmo com a sua, e imediatamente cravou aquele pau no avermelhada xoxota de Fani, que deu um grito de dor e prazer. Ficaram ali naquele vaivém por alguns minutos. No chão verde de grama, uma pequena mancha vermelha de sangue testemunhou o momento em que Fani virava mulher. Um ano depois, estavam casados, como os pais tinham combinado desde que os dois eram meninos. O casamento mereceu uma grande e fartíssima festa. Júlio continuava caprichoso, e era ele quem praticamente cuidava dos detalhes de decoração da casa. Júlio e Fani viajavam muito, trepavam quase todas as noites, o que lhes deu em pouco tempo dois filhos, Alexandre, o mais velho, e Renata. A união ia muito bem, mas faltava alguma coisa na vida de Júlio. Ele não sabia exatamente o que era, mas não se sentia completamente realizado, nem profissionalmente (era desenhista de móveis e arquiteto) e nem como marido Não que, por causa dos filhos, deixassem de trepar, e trepar muito. Quando as crianças eram pequenas, arranjavam sempre um jeito de deixá-las na casa dos avós, e aproveitavam a folga para passar, às vezes, o fim de semana inteiro transando sem parar. Agora os filhos estavam crescidos e atrapalhavam muito menos, até porque não paravam, como a maioria dos adolescentes, em casa. Júlio não conseguia mais esconder a sua insatisfação pessoal. Fani, que se transformara numa gostosíssima coroa, percebia: - O que está acontecendo contigo, Julinho? Você não gosta mais de mim? Cansou do casamento? - Eu gosto de você sim, Fani, mas tem alguma coisa deixando um vazio dentro de mim. Talvez eu esteja sentindo falta de amigos, da gente sair com mais pessoas... Fani ouvia e tentava ajudar o inquieto marido. - Não seria bom você procurar uma psicóloga? Talvez ela possa te ajudar... Júlio repudiava a idéia porque, apesar de muito inteligente, ou talvez por causa disso, não acreditava nesse tipo de ajuda. Resolveu por conta própria que ele e Fani sairiam sempre com um ou mais amigos. De preferência novos amigos, só pra ver se o papo mudava, e ele, Júlio, ficasse mais satisfeito. Foi nessa época que Fani arranjou uma nova empregada, Elisângela, uma linda negra de vinte e poucos anos e que chamou logo a atenção de Júlio. Todo domingo, ela dispensava a folga para ficar servindo Júlio e seus amigos na piscina (Júlio e Fani moravam numa cobertura no Leblon, no Rio) e era muito elogiada, principalmente por causa do belo sorriso, por todos os amigos do casal. Na semana em que precisou viajar para São Paulo com os filhos, Fani partiu tranquila sabendo que tanto a casa quanto seu marido estariam bem cuidados por Elisângela. O humor de Júlio tinha até melhorado. Fani gostava muito de cinema e num final de tarde, durante a viagem de Fani, Júlio, convidou Elisângela para ver o filme Um louco amor e talvez mobilizados pelo filme, beijaram-se demoradamente na boca. Foi, para bem dizer, uma explosão de amor. Júlio e Elisângela estão morando juntos na cobertura (separada, Fani mudou-se com os filhos para São Paulo) faz mais de três anos. Alexandre e Renata, os filhos de Júlio e Fani, parecem ter aceitado tudo com aparente naturalidade. Só têm uma dúvida: não sabem se chamam Elisângela de madrasta ou se continuam dando ordens como se ela ainda fosse a empregada... ( ELI HALFOUN)

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