sexta-feira, 29 de março de 2013
Ação policial aumenta audiência de "Salve Jorge" mas queima a imagem de bons atores
Agora que virou uma novela praticamente policial, ou seja, embarcou no mesmo filão e ritmo de “Avenida Brasil”, “Salve Jorge” tem conquistado mais audiência. Pode melhorar a imagem inicialmente fracassada na reta final, mas não adiantará muito: por mais que aumente seu ibope a novela de Glória Perez terá mesmo seu fim antecipado. A decisão da Globo é definitiva, até porque a emissora não quer mais correr nenhum risco. A antecipação do final da novela tem algumas vantagens:
A primeira é que obriga a autora a apressar o ritmo e a fechar vários blocos que só serviam para fazer a novela perder-se em sua própria e exagerada trama.
A segunda vantagem é a de atrair mais atenção do público que sempre quer saber como tudo acabou (é por isso que sempre lemos as últimas páginas de um livro antes mesmo de lermos o início).
A terceira vantagem e que ao saber que falta pouco para acabar o elenco se acalma e desiste de continuar pedindo para sair da novela como aconteceu com Ana Beatriz Nogueira, excelente atriz que teve a personagem Raquel assassinada porque não aguentava mais fazer uma espécie de figuração de luxo com pouca participação, pouca ação e um texto que não lhe dava a oportunidade de dizer absolutamente nada que tivesse pelo menos coerência. É o mesmo caminho seguido pela personagem Aída, de Nathália do Valle e por quase todos os chamados figurões que parecem ter sido escalados apenas para fazer número e para que a novela pudesse dizer que tinha um grande elenco. Um elenco realmente de qualidade, mas que acabou sobrando na história, o que sem dívida desagradou os atores e também os telespectadores que sempre esperam mais dos grandes atores, ou seja, os que foram feitos figurantes em “Salve Jorge”. Resultado: queimaram a imagem de um monte de gente boa que agora terá de ficar um tempo longo tempo longe do vídeo para poder retornar dentro de um ou dois anos, quando o público tiver esquecido suas desastrosas participações em “Salve Jorge”. Eles não mereciam, mesmo que a intenção fosse a melhor possível. (Eli Halfoun)
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