Desonestidade: uma prática comum que já é vista como honesta

Há dias um noticioso local da TV Globo denunciou que vereadores da Câmara de um município do Rio0 recebem por baixo dos panos 40% do salário pago aos funcionários por eles nomeados. Não é novidade: essa é uma prática comum nas Câmaras Municipais de todo o país, inclusive na Câmara Municipal do Rio onde todos os vereadores aumentam seus rendimentos pessoais com a grana que arrecadam no peito e na raça dos funcionários. Os vereadores costumam alegar que os funcionários nomeados não têm capacidade para receber o salário com os que são “contratados”. Nesse caso por que não contratam funcionários capazes? Certamente não fazem isso porque um funcionário capacitado não aceitaria entrar nesse sujo e vergonhoso jogo. Cada vereador tem, no Rio, o direito de nomear mais de 20 funcionários para seu gabinete, o que significa uma fortuna mensal em “salário” se todos derem os 40% exigidos de seus salários. O número de nomeações é absurdo: se os mais de vinte funcionários nomeados forem trabalhar (o nunca acontece) não haverá espaço físico nos gabinetes. Os funcionários não denunciam essa desonesta porque acabam ganhando muito bem ficando apenas com 60% de um altíssimo salário pago para que na maioria das vezes não façam absolutamente nada. (Eli Halfoun)