domingo, 27 de setembro de 2009

A JUVENTUDE NÃO É UMA DROGA
O que leva jovens de classe média, com razoáveis condições de vida, a se tornarem bandidos? - essa é a pergunta que mais nos fazemos ultimamente. A prisão de quadrilhas de estudantes-traficantes (especializadas principalmente em de drogas sintéticas) faz mais presente essa questão.
Não é a primeira vez que jovens de classe média, filhinhos de papai se envolvem em crimes. É claro que não se deve generalizar e incluir todos os jovens no mesmo saco. Existem, felizmente, jovens interessados em ações mais efetivas, sejam no engajamento político ou porque simplesmente estão conscientes que o caminho das drogas é perigoso e sem volta.
Teoricamente muitas explicações podem ser dadas, mas a teoria não tem sido colocada em prática e o resultado, como mostra o noticiário, é catastrófico. Duas teses são mais discutidas: a primeira mostrando que jovens de classe média se envolvem no crime porque acham que para filhinhos de papai, não haverá punição. Portanto, é a impunidade que incentiva e acoberta o crime. Outra tese é a de os maus exemplos de práticas ilegais vem de cima, de gente engravatada e bem sucedida que não precisava participar de mensalões e outros esquemas, mas participa por conta da impunidade.
Culpa dos pais? Talvez seja a falta de diálogo uma das razões. Outras existem e para os psicólogos a busca de bens materiais vendidos como forma de status, leva os jovens de classe média a ganhar à custa de vidas preciosas de jovens como eles, a boa vida que o mercado de consumo praticamente impõe. Essa garotada não precisava envolver-se com o crime para sobreviver: são todos moradores de endereços nobres e estudantes de faculdades particulares. Parece que o conforto em família perdeu o sentido: passou a ser sinônimo de bandido e não mais de jovens que não faz muito tempo só queriam diversão saudável sem prejudicar ninguém. Estudos mostram que aumenta a paticipação de jovens de classe média no crime e a escola tem culpa nisso. Para a psicóloga Maria Irene Maluf “a escola tem que ser atraente, mas os pais também devem conhecer os amigos dos filhos e manter contato com a equipe pedagógica da escola”.
Não se pode condenar toda a juventude por conta de meia dúzia de jovens mal orientados. É preciso encontrar soluções. Perguntas não resolvem nada. Respostas e ações, sim.
SALDO MILIONÁRIO
Em recente edição o Jornal do Brasil publica dados impressionantes e alarmantes sobre a comercialização de drogas na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo o JB as favelas das regiões mais nobres do Rio de Janeiro comercializam mensalmente nada mais nada menos do que R$ 30 milhões, segundo cálculo da Polícia Civil, que sabe ainda que cerca de 600 traficantes, portando 200 fuzis, cuidam do negócio à margem da lei. Como perguntar não ofende fica uma perguntinha: se a polícia sabe disso porque não acaba logo com a,digamos, brincadeira? Tudo bem que é difícil enfrentar o poderio das armas dos marginais. É um jogo das matar ou morrer, mas enquanto esse cruel jogo não acaba nossos jovens é que morrem vítimas das drogas.
* O que, convenhamos, é muito mais grave. E cruel
FUTURO INGRATO
A dificuldade que o sempre sacrificado trabalhador brasileiro enfrenta com a aposentadoria (antes e depois) ganha mais uma questão levantada pelo competente jornalista José Esmeraldo Gonçalves. Ele com a palavra: “Fico pensando que a situação da aposentadoria ainda é mais complicada para jornalistas. Em um mercado instável e com muita oferta passamos pela rotatividade de empregos ou por períodos sem emprego algum. São muitos os da nossa geração que não reúnem condições mínimas para receber o barbalho” (assim um nosso colega, Alberto Carvalho, da Manchete, chamava o dinheirinho que vinha do INSS, em alusão ao então ministro Jader Barbalho, lá pelos anos 80). Aqueles que passaram boa parte da carreira como frilas, estão com a vida ainda mais difícil. Ou seja, existe uma categoria de “não aposentáveis”, aqueles que terão que subir o “batente” até pó apito final. Talvez os jornalistas mais jovens, empregados ou frilas, devam tentar se informar sobre planos de previdência privada a que alguns sindicatos e associações de classe estão se associando. Pode ser uma alternativa.
* Pelo visto a única
BURACOS MIL
Parece até brincadeira, mas e com suposta seriedade (se é que ainda se pode levar alguma coisa a sério no Rio) que o prefeito Eduardo Paes e o governador Sergio Cabral, anunciam a realização do dia da caminhada buracos, o que simplesmente jamais acontecerá porque é quase impossível acabar com a buraqueira que faz parte da nossa modernidade urbana. Os buracos estão perfeitamente adaptados à paisagem dessa “cidade maravilhosa cheia de buracos mil”, isso sem falar nos buracos (verdadeiras crateras) que fazem parte (e não é de hoje) de administrações catastróficas que nos afundam cada vez mais.
* O que prova que estamos em um buraco sem saída
TIME DE PRIMEIRA
Aos torcedores que ainda insistem em tripudiar o meu Vasco por estar disputando (provisoriamente, é verdade) o campeonato da segunda divisão, apenas um lembrete: de todos os times do Rio o Vasco e o que tem mais e maiores possibilidades de estar na primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2010. O resto que se cuide, mas sem medo.
* A segunda divisão não foi feita para humilhar ninguém
PARA RIR E CONTAR
Na sala de aula a professora pergunta:
- Joãozinho, no galhos da árvore tem três passarinhos. Um é morto, quantos ficam?
- Nenhum, professora
- Como nenhum , Joãozinho
- É, professora: um morreu e os outros voaram
- Restaram dois, Joãozinho,mas vou aceitar a resposta porque gostei da forma como você raciocinou
- Agora eu vou perguntar: professora na sorveteria tem três mulheres: uma está tomando sorvete, a outra está comendo sorvete e a terceira está chupando sorvete. Qual das três é a casada?
- A que está chupando sorvete.
- Não professora. É a que usa aliança. Vou aceitar sua resposta porque gostei da forma como a senhora raciocinou
VIDA REAL
Como os pomposos casamentos costumam ser reservados para o final feliz das novelas tem muita gente achando que Manoel Carlos começou “Viver a vida” pelo fim. Nada disso: é agora depois do casamento de Helena (Taís Araújo) e Marcos (José Mayer) que os problemas começarão, o que mostra que o autor está muito próximo da realidade. Afinal, na chamada vida real é sempre depois do casamento que começam os problemas, decepções e desacertos.
* Antes é tudo uma maravilha
FUTURO GARANTIDO
Mesmo se não renovar contrato (termina em novembro) com o SBT, onde atualmente apresenta dois programas, Ratinho continuará na televisão: vai comandar pessoalmente o SBT do Paraná, emissora da qual é o único dono, além de dirigir também suas emissoras de rádio e algumas de suas indústrias, que lhe garantem um futuro financeiro extraordinário. Ratinho é, como Silvio Santos, um dos poucos apresentadores que enriqueceu de verdade com a televisão.
* Embora tenha empobrecido a programação
MORTOS “VIVOS”
No Brasil tem muito morto que vale mais do que quem está vivo ou, se preferirem, tem muito morto que é mais vivo do que se pensa. É o que mostra recente estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas revela que os gastos com pensão por morte, no Brasil, são hoje de R$ 75,8 bilhões, ou seja 3,2% do PIB. Só paras comparar: na Coréia o gasto com esse tipo de pensão é de 0,2% do PIB e no México de 0,3%. O governo garante o bom salário dos mortos.
* Mas não o dos vivos
CAIXA FORTE
Mesmo tendo perdido alguns milhões com a recente venda do apartamento que possuía em Manhatan, Estados Unidos, Gisele Bundchen continua sendo uma das mulheres mais ricas do mundo. Segundo a revista Forbes ela acumula uma fortuna estimada em 150 milhões de dólares, o que significa que ter perdido mais de 4 milhões de dólares na venda do apartamento, localizado perto do rio Hudson, não fará muita diferença. Gisele bem que tentou vender o imóvel (uma cobertura) por 10,9 milhões de dólares, mas por conta da crise americana só conseguiu fechar o negócio por 4,5 milhões de dólares.
* Pobrezinha
LEI MPACOTADA
Todo mundo sabe que as leis no Brasil não foram e não são criadas para serem cumpridas. Geralmente elas ficam empacotadas como acontece, por exemplo, também com a lei municipal que obriga os supermercados a terem empacotadores, o que se fosse feito, evitaria muitos transtornos como as imensas filas, a dificuldade dos idosos de lidar com os sacos plásticos, e a multiplicação do trabalho dos caixas, que deveriam estar ali apenas para movimentar o dinheiro. Os supermercados não querem empacotadores porque eles significam mais salários a pagar e, portanto, menos lucros.
* Como se já não lucrassem mais do que deviam
TRIO MARLÉTRICO
Mis uma vez Roberto Carlos, pioneiro no gênero, faz escola e transforma em quase obrigação, a realização de shows em luxuosos navios. Quem está aderindo ao modismo é a cantora Claudia Leite que se apresentará a bordo do navio Grand Mistral de 11 a 14 de dezembro em um cruzeiro que sairá de Santos para Búzios, passando por Ilha Bela. O navio tem 1700 lugares e espera-se lotação esgotada. Claudia Leite promete um show de acabar com qualquer enjôo: ela cantará em um palco montado ao lado da piscina. O palco simulará um trio elétrico.
* Tem mesmo gosto pra tudo
TELA QUENTE
Se depender da beleza das atrizes o filme que Woody Allen promete rodar no Rio em 2001 será mesmo uma tela quente para a imaginação masculina (e sem dúvida algumas nem tão femininas assim). O diretor está fazendo de tudo para ter a bela Carla Bruni, a primeira da francesa, e a linda modelo brasileira Adriana Lima no elenco.
* Não precisa de mais nada
SENHOR SENADOR
Quem pensava votar em Fernando Gabeira na próxima eleição para o governo do Rio pode começar a procurar outro nome. Apesar da insistência de seu partido Gabeira descarta a possibilidade porque, entre outras coisas, não tem dinheiro para a campanha. Ele está decidido a buscar uma vaga como senador, o que acreditam todos conseguirá facilmente, e a participar ativamente ( subindo nos palanques) da campanha presidencial da ex ministra Marina Silva, que, aliás, está cada vez mais forte e madura.
* Embora seja verde
PEDALANDO, PEDALANDO
Embora venha a aumentar alguns riscos o uso da bicicleta poderia ser sem dúvida uma boa e econômica solução, para o sufocante trânsito do Rio, São Paulo e outras grandes capitais, mas o uso do não poluidor veículo de duas rodas está longe de se transformar em uma realidade no Brasil, onde só existem 120 mil bicicletas, ao contrário da China que possuiu 540 milhões, todas pretas por força de uma lei que lá funciona, e de Amsterdã, onde circulam 400 mil bicicletas. Se as bicicletas virarem uma mania nacional, talvez a polícia fique tão bem “motorizada” quanto os bandidos.
* Pelo menos no início
MAIS FÃ
O presidente Lula nunca escondeu que a dupla Zezé De Camargo e Luciano está entre suas preferências músicas. Agora terá mais um motivo para aumentar essa admiração: Zé Di Camargo será o responsável pela trilha sonora do filme “Lula, o filho do Brasil”.
* Melhor que fosse o pai
eli.halfoun@terra.com.br

Um comentário:

  1. Parabéns Halfoun,
    Seus texros são maravilhosos, considere-se um ícone da literatura.

    Cristina.

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