sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SORRIA. ISSO É VIDA
Definitivamente botequim, essa deliciosa e democrática mania carioca, não é apenas balcão para se embebedar, esquecer a cruel preocupação com o colesterol, fazer o tempo passar e jogar conversa fora. É nos botecos que se aprende mais e melhor a vida que a vida tem pra nos dar. Conversas de botequim, de gente geralmente humilde (só os humildes conseguem ser absolutamente verdadeiros porque não precisam mentir para si próprios) costumam refletir o pensamento da população e através de papos que a princípio os consideramos sem sentido nos fazem aprender e pensar. Principalmente aprender a pensar.
Abastecidos com uma cerveja gelada, dois homens conversam no balcão do boteco da esquina. Falam alto (em botequim, repare só, todo mundo fala alto, talvez porque ali todos queiram ser democraticamente ouvidos). Um dos homens, copo na mão, reclama: “Falta de sorte, cara. Só ganhei 20 mil no sorteio da loteria”. O amigo, que também deve ser um "reclamão", nem estranha essa reclamação. Apenas comenta: “Tá doido, cara? Ganhou e está reclamando!”. O premiado responde quase infeliz: “Tô sim, o premio total era o dobro e só ganhei essa mixaria”.
Talvez seja um “papo maluco”, mas pensando bem tem tudo a ver com cada um de nós: virou quase que uma obrigação reclamar de tudo. Até da sorte. Tudo bem que reclamar é fundamental desde que as reclamações tenham sentido coletivo, mas, vejam só que nossas constantes e diárias reclamações estão sempre voltadas para o próprio umbigo. Reclama-se do trabalho, da própria casa, da mulher, dos filhos, do calor e, se faz frio ou chove, reclamamos da chuva e desse tempo gelado que não tem nada a ver com um Rio de Janeiro sempre emoldurado pelo sol.
Na conversa alheia do botequim reparo e me convenço de que está mais do que na hora de parar de reclamar de qualquer besteira. As mais completas lições de vida estão nas ruas, nos botecos. Preste atenção: logo ali na esquina tem um camelô suado, cansado, gritando já sem voz, mas que nem assim perde o ânimo. Talvez fosse mais feliz se não precisasse, como, aliás, quase todos nós, trabalhar, trabalhar, trabalhar para, ainda assim, viver mal. Apenas sobreviver.
As dificuldades, evidentemente mais para uns do que para outros, estão aí e são inevitáveis. São elas que movimentam a vida e nos fazem continuar. É por isso que nas lições das ruas, dos botecos da vida, precisamos aprender a parar de reclamar olhando apenas para o próprio umbigo. Não, não se trata daquele velho, geralmente demagógico, discurso de que é preciso ver a vida pelo lado otimista, o lado positivo das coisas. Mas convenhamos que somente parando de reclamar de qualquer coisa é que será possível e permitido viver mais e melhor. Nada de acomodar-se diante de situações negativas, mas é preciso saber que reclamando menos será muito mais fácil e gostoso, enfrentar o dia. Todos os dias.
Comece a prestar atenção nos papos de botequim, nas pessoas que andam apressadamente pelas ruas. São elas que nos mostram a verdade. Ilustram a vida com vida.
A primeira e importante lição talvez seja a de que em vez de chorar com a queda importante é aprender a rir do tombo. Transformar qualquer queda, qualquer dificuldade, em um engraçado tombo, em um escorregão que nos faz tropeçar, mas não necessariamente cair. Só assim até a cerveja que tomamos no botequim da esquina terá mais sabor.
* A vida também
DÁ NA MESMA
A idéia é antiga, mas tudo indica que dessa vez a Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai mesmo mudar de endereço: a sugestão do competente vereador Stephan Nercessian é que a nova Câmara se instale na Zona Portuáiia, em prédio a ser construído (aí é que mora o perigo) porque isso ajudaria a revitalizar o local para o qual a Prefeitura tem anunciado muitos projetos. Acredita-se que com a revitalização da área e a presença da nova Câmara Municipal o número de ladrões diminuirá significativamente. Quando soube disso um escolado eleitor não fez por menos: “vão apenas trocar uns pelos outros”, o que evidentemente não inclui todos os vereadores, inclusive porque alguns realmente trabalham em benefício próprio, é claro, e da população. Se a sugestão de mudança for aceita, o atual prédio da Câmara (Praça Floriano, sem número, Cinelândia) poderá ser transformado em museu. Não é só: nos corredores da Câmara, onde sempre se fala muito, corre também o papo de que está em estudos a idéia da CMRJ criar seu próprio Fundo para que as final de cada ano a Câmara não tenha que devolver dinheiro para a Prefeitura, o que provocou outro comentário do eleitor escolado: “Vai ser um fundo sem fundo”.
A BOLA DA VEZ
Até quem não gosta de tênis (não confundir com a velha piada dos dois portugueses que foram jogar tênis e voltaram descalços) está mobilizados para ver a jogadora Maria Sharapova ao vivo: ela estará em São Paulo nos dias 6 e7 de dezembro para jogos demonstração na Fazenda Boavista. O interesse em torno da tenista russa se justifica plenamente: foi eleita pela (quem diria!) revista americana People uma das 10 mulheres mais bonitas do mundo. Como se não fosse suficiente está também entre as mulheres mais ricas do esporte com uma fortuna calculada em US$ 15 milhões. Ela não come criancinhas. Só adultos.
A SAÚDE DO POVO TEM REMÉDIO
A saúde da maioria do povo em mãos dos falidos hospitais públicos espalhados pelo país. Parece que a “doença” dos hospitais, quase todos em fase terminal, não tem cura. Por isso mesmo até o mais pobre dos mortais faz todo tipo de sacrifício para poder pagar mensalmente as extorsivas prestações que lhe darão a garantia (nem sempre tão garantida assim) de atendimento através de um plano de saúde, mesmo que seja uma espécie de INSS disfarçado.
Os planos de saúde ditam as regras do mercado impondo preços e severas “leis” sempre prejudiciais a quem paga – como se estivesse fazendo um grande favor ao associado que é quem sustenta (pagando alto, muito alto) os planos - esses mesmos planos que acabam impor um novo (e como sempre abusivo) aumento cobram muito, mas pagam mal aos médicos e laboratórios. Quer dizer: não prestam nenhum serviço. Só querem lucros. E cada vez mais.
O ministro Temporão, da saúde, (ou aquele seria um Ministério das Doenças?) até se empenha em melhorar o cada vez mais necessário atendimento público de saúde. Não faz muito tempo anunciou ter conseguido verba de dois milhões de reais para aplicar na reforma de hospitais. Enquanto a saúde não é tratada como um bem realmente público (e aí ninguém precisaria de plano de saúde) muitas empresas oferecem já aos empregados (cobrando, é claro) as “regalias” de um plano médico, como se tratar da saúde da população fosse um imenso favor e não uma obrigação.
O governo tem subsidiado tantas coisas que talvez a pergunta até caiba: não seria mais lógico e eficiente subsidiar para o povo os Planos de Saúde? O governo pagaria uma parte (como já faz com várias outras coisas), as empresas a outra e assim a população estaria bem atendida. Não precisaria mais sofrer e morrer nas filas dos também doentes hospitais públicos.
POVO SÓ PELA TELEVISÃO
Programas populares de televisão não servem apenas para alimentar críticas. Também funcionam como um bom reforço político na hora de tentar conquistar o voto do povo. Que o diga a ministra-candidata Dilma Roussef: por conta de seu fraco desempenho nas pesquisas (continua com apenas 16% das intenções de votos) a preferida do presidente Lula fará um verdadeiro e nada invejável “tour” pelas atrações (?) televisivas que a crítica não suporta. Atendendo sugestão dos marqueteiros envolvidos em sua campanha Dilma visitará, entre outros, os programas Superpop (de Luciana Gimenez); Mais Você (de Ana Maruá Braga); Brasil Urgente (de José Luiz Datena) e os humorísticos (o que não quer dizer que os outros também não sejam) A Praça é Nossa (SBT) e Show do Tom (Record) no qual Tom Cavalcanti a receberá imitando o presidente Lula. Dá até para reforçar a desconfiança de que eleição pode ser uma grande piada.
Essa não será a única tentativa para que Dilma Roussef melhore seu, digamos, desempenho: está tentando buscar também orientação de Ben Self, o marqueteiro americano que comandou a campanha de Barak Obama pela internet. As primeiras conversas não foram nada animadoras: Ben Self, que trabalha com uma grande equipe, cobrou nada mais nada menos do que US$ 10 milhões para pilotar a campanha da ministra=candidata via internet. Mais uma conta pra gente pagar.

MAIS UM CALOTE.TÁ
VIRANDO MANIA
A direção da Rede TV está rindo à-toa, mas não se pode dizer o mesmo dos ex-funcionários da Rede Manchete de Televisão que só tem motivos para chorar: decisão do Supremo isenta os novos proprietários (Amilcare Dallevo e Marcelo Fragalli) de responsabilidade sobre a dívida trabalhista da ex-Rede Manchete com seus hoje desempregados funcionários. A batalha judicial vinha se desenrolando nos últimos anos (parte do dinheiro reclamado era depositado em juízo). A decisão não livra a Rede TV do banco dos réus trabalhista: são muitos os processos de funcionários que por lá passaram recentemente. Uma pergunta precisa urgentemente resposta: se a Rede TV não tem responsabilidade sobre a dívida trabalhista da antiga TV Manchete com seus funcionários, quem é que vaio pagar essa conta? Mais uma vez a corda arrebentará do lado mais fraco. Ou seja: dos trabalhadores.
QUEM DÁ MAIS
Cada um se desaperta como pode: enquanto a classe média corre para o penhor da Caixa Econômica quem está acima, muito acima, disso adere ao que já se pode considerar um novo modismo: o leilão de jóias. As de Lily Marinho,leiloadas recentemente no exterior, bateram, um recorde de faturamento. Agora é a vez de Lucia Moreira Salles, ex primeira dama do Unibanco (foi casada com Walter Moreira Salles) leiloar as suas tão preciosas jóias, o que acontecerá breve, muito breve, na Sotheby’s de Nova York. Espera-se um novo recorde no pregão já que são jóias de quem era “refinada, elegante e glamurosa”. São jóias com grife: criações Cartier, Van Cleef & Arpels, Bulgari e Jar. Especialistas garantem que cada jóia está valendo no mínimo US$ 200 mil.Como se vê a crise financeira mundial não livra a cara (nem o pescoço dos colares, os punhos das pulseiras e os dedos dos anéis) de ninguém. Perdem-se as jóias, mas não se perde a pose.

BOA DE LIVRO, BOA DE CAMA
Enquanto nossos escritores penam um bocado para vender seus livros (o brasileiro ainda não tem o saudável hábito de ler) a americana Stephenie Meyer deita confortavelmente em um punhado de papéis, no caso as verdinhas notas de dólar: é a recordista na lista de livros vendidos no Brasil. Cinco de seus livros estão entre os 10 de maior sucesso de vendas na categoria ficção: a série Crepúsculo, sobre os novos vampiros, vendeu nada menos do que 2,5 milhões até o ano passado. Stephenie está partindo para mais um recorde com A Hospedeira, sobre alienígenas, que em apenas duas semanas superou a marca de 65 mil exemplares e inspirou dois subprodutos, um dois quais "O Livro de Anotações", de Catherine Hardwick, a diretora da adaptação de O Crepúsculo para o cinema.
No Brasil sucesso literário, que nunca é dos maiores, não depende só de qualidade (e não nos faltam bons produtos nacionais). Um inesperado exemplo de sucesso é O Doce Veneno do Escorpião, escrito por Raquel Pacheco, a ex-prostituta Bruna Surfistinha, que chega ao mesmo tempo ao cinema com filme estrelado por Deborah Secco e dirigido por Marcos Baldini, e ao teatro: o diretor e crítico de cinema Rubens Ewald Filho promete estrear breve (e com cenas bem realistas) a adaptação de Doce Veneno (será também o título do espetáculo) para a qual o Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 2 milhões pela Lei Rouanet. Como se vê é na cama que ainda se fazem os melhores negócios.
A BOLA É DE TODOS
Considerado (com apenas 35 anos) velho e superado para o futebol Dejan Petkovic, o Pet dos torcedores, calou com uma inegável habilidade (parece até que é brasileiro) a boca dos que não o queriam mais no Flamengo porque é um velho que nada mais tem a oferecer”. A lição de que nunca se deve duvidar (e muito menos menosprezar) qualquer profissional não é a única que Pet nos deu e dá. Não digo isso com nenhum sentimento de orgulho rubro-negro até porque sou vascaíno e serei sempre na primeira, segunda, terceira divisão, onde o Vasco estiver. Mas torcer por um time não pode nos limita a aprender as muitas lições que o futebol costuma nos oferecer. Petkovic, por exemplo, está mostrando que os velhos (ele só é considerado velho para o futebol) podem surpreender em qualquer profissão, mesmo quando ,como é o caso da maioria, desacreditado. A bola que hoje rola fácil nos pés de Petkovic pode ganhar outro formato nas mãos (e pés) de outros “velhos” profissionais em qualquer trabalho ou profissão. Basta rolar outra vez a bola para eles, que só são realmente velhos porque a sociedade quer.
A CAIPIRINHA É NOSSA
A cerveja e o chope continuam sendo as bebidas preferidas do brasileiro (o Brasil está entre os cinco maiores consumidores do mundo do chamado precioso líquido, que também entra da lista de melhores cervejas mundiais), mas parece que qualquer mistura está valendo para justificar um generoso gole, mesmo que seja de um desses explosivos e geralmente muito ruins coquetéis. Na onda de misturas estranhas a nossa caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores, mas nada supera a verdadeira e tradicional caipirinha brasileiríssima preparada de maneira simples e saborosa. Nessa onda de misturas estranhas (há quem chame de exóticas) a caipirinha ganhou vodka e frutas de todos os tipos e sabores. A receita original é essa: limão verde cortado em oito pedaços, sem o miolo, esmagados em um copo com duas colheres (café) de açúcar, combinados a duas doses de cachaça.
Como beber também é cultura e não só desculpa façamos um brinde ao surgimento da caipirinha: a receita foi criada entre os escravos (naquela época nem, se sonhava com barman) que trabalhavam nos engenhos de cana de açúcar do Brasil colônia. Nos anos 1920, quando estava mais aprimorada, caiu no gosto do escritor Oswald de Andrade que a transformou na bebida da moda entre os intelectuais. Vai ver é para parecer intelectual que muita gente bebe.

elii.halfoun@terra.com.br

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ALGEMAS MODERNAS
Liberdade é sempre a palavra de ordem. Estamos todo o tempo buscando ou sonhando ser livres (livres em e para tudo), mas nos fazemos cada vez mais prisioneiros, amarrados e cerceados por algemas modernas que nos limitam o sonho total, a liberdade maior. Tornamos-nos, por imposição da modernidade, prisioneiros do tempo, da modernidade, das máquinas.
Além da prisão domiciliar a que nos condenou e condena cada vez mais a inesgotável violência e, em conseqüência, o medo de sair (principalmente quando escurece) e de caminhar tranquilamente pelas ruas em paz, estamos acorrentados pelas máquinas que se por um lado nos facilitam a vida, por outro nos bloqueiam a liberdade de usá-las quando queremos e precisamos e não somente quando elas, as máquinas, permitem. Quando não deixam acabam nos levando quase ao desespero porque de uma forma ou de outra nos bloqueiam os passos, o raciocínio... a vida
É do inevitável computador (máquina e ferramenta obrigatória nesses dias corridos e modernos) que estamos mais dependes e, portanto, prisioneiros. Se a máquina deixa de funcionar (e quando menos se espera ela, máquina, pára) nossa vida também fica congelada, bloqueada, sem rumo. Praticamente “deletada”. É no computador, que tem memória, mas não tem como nós, cérebro, que grande parte de nossas vidas está arquivada e não é sempre que se pode arquivar a vida. Ou parte dela.
Fora do ar o computador nos deixa também completamente aéreos sem saber o que fazer; como agir, como permitir que a vida pessoal e profissional, continue normalmente. A falha do computador chega a ser cruel: ficamos nervosos, impotentes e desesperadamente algemados, limitados. Impossibilitados de seguir em frente.
O computador, que é hoje, de cetra forma, também uma parte de nosso corpo e de nossa alma, não é a única máquina que ao mesmo tempo em que às vezes nos liberta também nos aprisiona, nos deixa sem rumo e praticamente sem “alma”. Todas as outras máquinas que esses tempos modernos nos obrigam a ter em casa, também nos deixam sem saber o que fazer quando inesperadamente, param de funcionar. É para quase todos os prisioneiros domiciliares de hoje um tormento quando, por exemplo, a televisão pifa. A sensação é a de que ficaremos mais isolados, mais solitários, sem ter absolutamente o que fazer para ajudar o tempo passar. A televisão é hoje a companheira mais constante (quase obrigatória) de cada um de nós e, para muita gente, a única alternativa de lazer. Mesmo que na maioria das vezes não seja um lazer tão saudável assim.
As máquinas (até um simples liquidificador, torradeira ou radinho de pilha) estão nos dominando cada vez mais e já da para pensar que tipo de prisioneiros seremos num futuro bem próximo se não aprendermos a viver sem as máquinas, que nos facilitam, sim, a vida, mas acabam nos fazendo esquecer que a vida não é uma máquina movida por outras máquinas e que é preciso reaprender, e reaprender com urgência, a seguir em frente sem as facilidades que as máquinas oferecem e permitem. Até porque a vida não é tão fácil assim e se fosse não teria, convenhamos, a menor graça. O melhor da vida é vencer as dificuldades. Principalmente sem a ajuda das máquinas.
Uma máquina defeituosa (e se nós, homens, temos defeitos, as máquinas podem ter muito mais) é um desacerto total, que, muitas vezes, afeta de uma só vez um grande número de pessoas. Como aconteceu, dia desses, quando a tomografia computadorizada de um movimentado laboratório de análises, pifou e promoveu um transtorno inacreditável. O laboratório parou de funcionar, quem tinha exames marcados teve que ser transferido para outras e distantes unidades ou para outro dia. A máquina tomou conta da situação, impôs o seu ritmo, que naquele momento era nenhum, e atormentou a paciência de todos. Como também costuma acontecer quando se vai a um banco em busca de alguns quase sempre miseráveis trocados, e o sistema deixa de funcionar prendendo nosso suado dinheirinho até a hora que bem entender nos deixando acorrentados, sem poder fazer mais nada.
Não se pode, evidentemente, desprezar, desconhecer e simplesmente abrir mão da utilização das máquinas, mas é preciso buscar alternativas antes que as máquinas nos dominem completamente, nos algemem definitivamente e nos digam, quando e o que podemos fazer. Caminhar livremente é preciso.
* Sempre. E de qualquer forma
Com que roupa?
“Com que roupa eu vou ao comício (samba) que você convidou” – Lula poderia adaptar o samba no qual de Noel Rosa faz a pergunta e utilizá-lo como música da Presidência da República. É isso o que sugerem a grande compra de roupa feitas no Palácio. Os números não são, é claro, oficiais, mas falam em gasto de R$ 145mil na compra de 1440 ternos azul marinho noite (R$ 99 cada, o que significa que não são de tão boa qualidade assim), seis terninhos femininos (R$ 220 cada), além de 2461 camisas sociais, 2461 pares de meia (pretas), e 853 cintos dupla face em couro legítimo. Das duas um: ou Lula resolveu estar entre os mais elegantes ou o Palácio Alvorada vai virar um grande Magazine ( a C&A que se cuide). Lula poderá usar um terno azul marinho por dia, mesmo que a coisa esteja preta.
Essa compra nãp escapou de piadas e de mais um cordel de Miguezim de Princesa que em Mais de mil paletós diz: “Um pregão impertinente/das profundas do inferno/comprou uma ruma de terno/pra vestir o presidente/com o dinheiro da gente/no corpo do cabeludo/E eu com o fundo rombudo/e sem elástico no cós/ São mais de mil paletós/pra cobrir o rei desnudo/ Pra que tanta camisa/se há armário entupido/ e pra que tanto vestido/no corpinho de Marisa/ sei que ela não precisa/ já tem vestido pra tudo/ E mesmo o sapo barbudo/ prefere ficar a sós.../São mais de mil paletós pra cobrir o réu desnudo

Palavras (e não só balas) perdidas
Depois de classificar o Rio como uma nova Medellín, o colombiano Elkin Velásques, novo coordenador do Programa Cidades Mais Seguras que faz parte do também Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, anunciou que enfim teremos ação (só palavras não resolvem nada e já estamos cansados dês promessas e discursos). Um dos compromissos é implantar projetos de mediação local de conflitos em comunidades carentes brasileiras, além de estipular (olha aí mais um tiroteio de palavras) ações até 2016. E depois? Voltaremos a ser uma área de combates diário?
O coordenador colombiano garante que o trabalho de mediação será feito também em São Paulo e em outro estado ainda não escolhido. O representante da ONU Não dispensa um discurso: ”Vamos fazer um trabalho complementar de prevenção da delinquência e criminalidade, principalmente no que diz respeito às favelas”. Esse tipo de trabalho leva anos para ter êxito, mas a verdade é que o Rio não tem mais saúde e paciência para esperar. Nesse momento, com as balas comendo soltas por aí, precisamos de ações imediatas. Imediatamente.
Elkin Velásques usa a Colômbia como exemplo de bons resultados É, convenhamos, um exemplo nada animador embora ele ínsita em dizer que “em Medellín, onde a deliquência é alta fizemos um trabalho de integração, melhorando a convivência entre as pessoas e investimos também nas comunidades onde estava o foco da violência, o que contribuiu muito para a melhoria das estatísticas”. Então ta: vamos esperar sentados. Ou melhor: deitados atrás de trincheiras que nos protejam. Palavras não protegem ninguém.
Aliás, o jornal americano The New York Times tem utilizado muito espaço para falar da violência no Rio que chama de “cidade da carnificina e da cocaína”. Nesse caso é bom lembrar ao jornalão americano um velho ditado popular: “macaco, olha teu rabo”. O Rio não é (mesmo abençoado por Deus em sua natureza) um paraíso, mas é bom não esquecer que quando Londres, a capital inglesa, foi escolhida para a Olimpíada de 2014 terroristas explodiram bombas em trens e ônibus fazendo 60 vítimas fatais e deixando mais de 700 feridos. O mundo fala demais, mas o Raio é nosso. Maravilhosamente nosso.

TEATRO DE PRIMEIRA
Demorou mas Gabriela, a Cravo e Canela de Jorge Amado, chega enfim ao teatro depois de ter sido sucesso na televisão e no cinema. Dessa vez será um musical adaptado e dirigido por João Falcão que já se decidiu pelas músicas de Dorival Caymmi (não poderia ser mais apropriado), inclusive a que foi utilizada como tema de abertura da novela. A grande surpresa promete ser a presença da bonita e talentosa baiana Emanuele Araujo no papel título (de Sonia Braga na TV), o que não impedirá também um show de Tony Ramos interpretando o turco Nacib, sucesso na televisão com Armando Bogus. A estréia está prevista para o ano que vem.
• * Quanto antes, melhor
.
Sem piada
Engana-se muito quem pensa que Portugal é apenas e tema de piada. O país está no topo do mundo em matéria de, entre outras coisas, turismo e acaba de ter sua capital, Lisboa, eleita o melhor local turístico. Portugal recebeu cinco prêmios, entre os quais o de melhor destino de cruzeiros, além de ter incluído dois de seus hotéis lisboetas entre os melhores do mundo. A eleição foi baseada nas opiniões de milhares de profissionais e não profissionais que costumam consultar sites sobre turismo. O resultado tem o aval da WTA (Wold Travel Award) que em 2008 deu esse mesmo prêmio para Copenhague. Londres foi escolhida como melhor destino turístico. É bom lembrar que Portugal fica na Europa.
Em nome de Deus
Todo mundo sempre quer ter ou fazer um bom negocio, ainda mais agora que o desemprego parece ser inevitável. Mesmo quem não discute (discutir é perda de tempo) ou não pratica qualquer religião concorda que uma igreja (qualquer igreja de qualquer credo) é um negócio rentável, ou seja, de lucro (bota lucro nisso) garantido.; Que o diga o bispo Edir Macedo: acaba de inaugurar uma super-catedral (capacidade para 6.800pessoas) em Johannnesburgo, na África do Sul. O bispo, que agora detém também 40% das ações da Renner Participações (controla o Banco Renner) acredita tanto em seu negócio que não se importou em demolir a antiga igreja de Johannesburgo, qu só podia receber 4 mil fiéis, para construir seu novo palácio de orações, que permitirá receber mais pessoas e ter uma renda maior e garantida. Em nome de Deus.

É preciso ouvir a voz das mulheres
As mulheres representam cerca da metade da população do planeta e nada mais lógico (e justo) que conquistem uma cada vez maior participação na política e na administração pública. No Brasil, segundo dados do TSE, 51,71% dos 125.529.686 de brasileiros aptos a votar são do sexo feminino. Ainda assim são poucas as representantes femininas no Congresso, no Senado, nas Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas. As deputadas federais são apenas 8.8% e as senadoras são 13,3%.
As mulheres querem aumentar essa participação e contam com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, que as incentiva porque há uma janela para a participação maior da mulher na política: 67% dos eleitores acham que "se a participação política da mulher fosse maior, o nível da política seria melhor”.
É apenas “achologia”, mas mesmo assim a participação da mulher não deve ser vista com programas que atendam apenas os interesses femininos. A mulher não precisa necessariamente candidatar-se para merecer maior atenção política. O voto feminino pode fazer a diferença e nesse caso políticos de uma maneira geral devem estar atentos em suas promessas e programas de governo aos anseios das mulheres. Anseios que refletem o desejo de toda a população no estado, no município, no país.
A participação das mulheres na sociedade é cada vez maior e mais ativa: recente estudo revela números que mostram isso: a População Ocupada do Brasil tem hoje participação de 45,4% de mulheres e 54,6% de homens, enquanto a População em Idade Ativa é de 53,7% de mulheres e 46,3% de homens. Os dados mostram também que a População Economicamente Ativa é de 46,2% de mulheres e 53,8% de homens.. As estatísticas revelam o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho contribuindo cinco anos menos do que os homens (elas se aposentam antes) para a Previdência. Com toda essa participação é impossível não reconhecer que a voz do povo tem a cada dia mais o tom aveludado que soam da alma das guerreiras mulheres desse país ainda e infelizmente machista. Se não no discurso certamente na maioria das atitudes.
A luta das mulheres é antiga e é historicamente registrada a partir do dia 8 de março de 1857, quando operárias americanas de uma fábrica de tecidos fizeram a primeira greve para brigar por justas reivindicações. No Brasil o dia 24 de fevereiro de 1932 é considerado um marco feminino: nesta data foi instituído o voto feminino e o direito de serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
Há quem acredite (e muitas mulheres fazem parte dessa descrença) que o eleitorado ainda não confia plenamente na atuação das mulheres na política. É preciso que as mulheres se unam em torno de um trabalho que mostre disposição e capacidade para ouvir as mulheres e assim ouvir todo o eleitorado. A voz das mulheres é que é a voz de Deus.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

EM BUSCA DO AMOR
A ciência procura exaustivamente a cura para o câncer, a solução definitiva para a Aids; a economia busca fórmulas financeiras que possam facilitar a vida de todos; os governos procuram ( ou fingem procurar) maneiras de melhorar a vida do povo. Em cada setor, em cada ser humano a necessidade da busca, da descoberta, das definições é uma presença constante, mas a grande procura do homem é sempre a do amor. Mas o que será mesmo o amor? Poetas procuram definir o amor, esse sentimento que pode até variar de pessoa e de intensidade, mas que ainda não encontrou a sua verdadeira definição. A interrogação que envolve o amor parece ser a mais intensa e definitiva busca do homem. Raramente o homem percebe que o verdadeiro amor é aquele que carregamos dentro da gente e do qual, portanto, podemos dispor na hora que quisermos e da maneira que entendermos. É difícil mesmo perceber o amor quando, de uma maneira geral, ele funciona (e é, infelizmente, na maioria das vezes) como uma troca: “só dou meu amor, se receber em troca” - esse é quase sempre o mecanismo que, mesmo inconsciente, funciona em cada um de nós. Até para que o amor não seja um sentimento de doação inventou-se que amor dói. Amor não dói, não machuca, não emagrece, não mata. Amor faz falta e, portanto, o que dói não é o amor. É, isso sim, a falta dele. Amar alguém perdidamente ( com esse amor que envolve o contato físico entre duas pessoas ao contrário não dói mesmo: o que dói, repare bem, não é o amor que você está entregando (ou querendo entregar) : essa “dor” é provocada pelo amor que você não está recebendo O amor não correspondido é que e provoca a tal “dor do amor “. É o resultado da falta do amor que você gostaria de receber tanto quanto o tem para dar.
Essa quase sempre angustiada busca da definição do amor (como se um sentimento assim precisasse de alguma explicação) é que não nos faz perceber que vivemos cercados de (e por) amor.
Amor não tem lógica e, não tem (nem precisa) definição. Talvez o melhor seja aprender que o mais importante é perceber e aceitar o amor nas várias formas de amor que a vida tem pra nos dar.
* Com amor
DOSE DUPLA
Ao mesmo tempo em que estiver exibindo na revista Playboy a sua ainda inteira e elogiada forma física, a escritora Fernanda Young estará mostrando uma vez mais o seu talento literário: confirmado para 14 de novembro próximo o lançamento de OI pau, seu novo livro (Ed. Rocco) no qual Fernanda conta a história de uma mulher de 39,49 anos bem-sucedida que se envolve em uma relação com um homem 14 anos mais novo. Com o tempo ela descobre que ele apronta e resolve se vingar torturando o amante com o intuito de fazer com que ele nunca mais tenha uma ereção. Quem já leu garante que é um livro imperdível.
* Quer dizer: Fernanda não é só para ver. É também e principalmente para ler
NOVELA DE CINEMA
Quando dirigiu a teledramaturgia da Rede Globo Daniel Filho recebia muitas críticas por ser um diretor exigente e era porque buscava qualidade: não se pode negar que Daniel Filho é um dos principais responsáveis pelo sucesso que as novelas da Globo fazem hoje e pior merecimento em vários países. Essa mesma exigência de qualidade, que é uma marca de sua carreira, Daniel impõe ao cinema fazendo excelentes filmes com também excelentes resultados de bilheteria. Seu mais novo desafio é levar para a chamada tela grande “Roque Santeiro”, novela que está entre as melhores da história da televisão. As filmagens de Roque Santeiro começam em 2010 e para o elenco três talentos confirmados: Antonio Fagundes, Fernanda Torres e Lázaro Ramos. Como a novela é de Dias Gomes, mas com uma grande e fundamental participação de Aguinaldo Silva resta saber como ficará a questão dos direitos autorais.
* Se depender do sucesso vai ter dinheiro pra todo mundo
NUDEZ DISFARÇADA
Os fãs de voyerismo serão brindados pela atriz Flávio Alessandra, 35 anos, no ensaio fotográfico que a revista Playboy estampará em dezembro: as fotos serão feitas em um quarto de hotel e o clima será bem ao gosto do mais exigente voyer, inclusive com muitas fotos em preto e branco.
* Que certamente não esconderão nada
TCHAU SEGUIDORES
Silvio Santos é mais popular entre os internautas do que o presidente Lula. Recente pesquisa colocou o apresentador em primeiro lugar ( 39%) entre os famosos que o público gostaria de seguir através do twitter. Silvio, que descarta a possibilidade de aderir a esse modismo, teve mais (muitos mais) votos do que Lula.
* Se continuar assim corremos o risco de ele cismar outra vez de ser candidato à Presidência da República
QUE DROGA!
0 assassinato da menina (não era mais do que isso) enforcada por um amigo drogado coloca novamente no balcão a interminável discussão em torno da dependência química. O pai do jovem músico assassino (26 anos e uma vida, a dele, jogada no lixo). levanta mais uma polêmica ao culpar o Estado por não obrigar os viciados a manter tratamento. Não é bem assim: o Estado pode (e deve) até criar centros que ofereçam tratamento, mas não tem o poder de obrigar qualquer tipo de doente de submeter-se ao tratamento. Obrigar o dependente a tratar-se o trancando em centros de recuperação será criar um novo sistema prisional e o dependente químico não é, até cometer qualquer crime (o que quase sempre se torna inevitável), um bandido, mas sim um doente é como tal que deve ser cuidado.
Tem razão o pai do jovem assassino quando diz que “todo viciado se torna perigoso por causa da droga e deveria ser mantido (isso nada tem a ver com aprisioná-lo antes de cometer um delito) em tratamento para defesa da própria sociedade porque coloca em risco a vida não só de desconhecidos, como dos próprios entes queridos”. É, lamentavelmente, assim mesmo: o viciado não pensa em ninguém, a não ser na droga que precisa consumir a qualquer preço e aí não mede conseqüências: rouba e mata com a maior tranquilidade. Aí sim se transforma em um bandido que, como todo bandido, tem que ficar na cadeia. De preferência para sempre.
Mesmo que se tire de circulação os traficantes e, portanto, dificultando a aquisição dos produtos, a questão da dependência química está longe de ter uma solução definitiva. Nem mesmo os especialistas (médicos, psicólogos) se entendem: enquanto alguns defendem a tese de que só é possível cuidar do doente quando ele procura tratamento, outra corrente médica acredita que o dependente químico deve ser tratado à força porque essa e a única maneira. Não há estatística (nenhum dependente químico assume o vício) que calcule o número de drogados no Brasil, mas mesmo sem estatística é fácil perceber que é cada vez maior o número de dependentes químicos – e esse número cresce em conseqüência da ainda facilidade de adquirir em qualquer esquina todo tipo de droga, do crack è maconha. O que parece fundamental (e cada vez mais) é ensinar ao jovem antes que chegue ao vício mortal que viver não é uma droga.
UM NOVO OLHAR PARA O FUTURO
Olhar para o futuro não significa mais apostar todas as fichas (na verdade nunca se fez isso nesse confuso Brasil) apenas nos jovens, mas também enxergar com atenção, muita atenção, que o novo olhar para o futuro inclui o cada vez maior e mais significativo número de idosos em todo o país, no Rio ( terceira capital nacional da terceira idade com 14,9% de idosos contra 11% da média nacional) principalmente. Basta andar pelas ruas para perceber o cada vez maior número de homens e mulheres com 60 ou mais anos que se e movimentam nas lojas, nos bancos. Na vida. São,quando lhes permitem, idosos bastante ativos e que se lhes derem oportunidades ainda podem (e devem) ser muito úteis, mas o que geralmente se faz é “enterrá-los” ainda vivos ou jogá-los em um canto qualquer como se fossem um velho objeto que não serve para mais nada.
Esse comportamento tem de mudar diante da nova realidade: dados do IBGE mostram que o número de idosos no país dobrará nos próximos 20 anos. Não seremos mais um país de jovens, mas também de velhos com os quais é fundamental aprender urgentemente a conviver. Especialistas repetem que é preciso adaptar as cidades para que os idosos tenham mais segurança em todos os aspectos. As adaptações são, sim, necessárias, mas não é só: a primeira medida é ensinar aos ainda jovens sempre impacientes com a velhice dos outros a lidar melhor e mais carinhosamente com a nova realidade, o novo velho futuro. Mais do que adaptar pisos ( precisam ser antiderrapantes) de lojas, ruas e calçadas é fundamental ensinar aos jovens e também à nova população de terceira idade, como lidar com os idosos.
Não cabe só à iniciativa privada adaptar-se a nova realidade (o que custará milhões), mas também e principalmente ao poder público criar programas sociais que permitam aos idosos uma vida mais saudável – e saudável nesse caso não significa apenas estar bem de saúde, mas também viver (viver bem) em uma cidade na qual não seja um sacrifício locomover-se. Especialistas lembram que “a adequação de estabelecimentos bancários e comerciais é um exigência do público idoso que, cada vez mais, ajuda a mover a economia: os consumidores da terceira idade representam parcela significativa e são clientes fiéis e insubstituíveis”.
Sabemos que por aqui leis, estatutos e regras costumam ficar apenas no papel, só são só para constar, mas o momento exige que isso também seja modificado e se cumpra fielmente o que determina o Estatuto do Idoso. É preciso mudar materialmente muita coisa, mas é fundamental aprender que agora o futuro também começa aos 60 anos. E precisa começar bem BOTICÃO ASSASSINO
A principal função de um dentista é salvar dentes. Um dente só deve ser arrancado se não houver nenhuma maneira de recuperá-lo. Pelo menos é assim que devem proceder os bons profissionais da Odontologia, mesmo agora que os implantes estão na moda e custam muito caro, ou seja, o dentista ganha muito mais. O avanço técnico da Odontologia faz muito mais absurda a notícia de quem um jovem de 27 anos teve todos os seus dentes saudáveis arrancados criminosamente por um dentista (?) no Hospital da Asa Norte, em Brasília.
Virou caso de polícia e nem poderia ser ao contrário: o que se cometeu foi um crime – um crime que vitimou um paciente jovem e certamente vai respingar (como aquela água que escorre do motorzinho) em toda uma categoria profissional que sempre foi assustadora para qualquer cliente. Todo mundo sempre teve medo (lembra daquela imagem que a gente fazia do velho boticão?) de ir ao dentista. Agora terá muito mais.
O que também é estranho, muito estranho, nessa questão é que o nome do profissional que cometeu esse absurdo não é citado nas reportagens. Deveria ser para que outros pacientes fujam de suas mãos criminosas. As informações da polícia dão conta de que os dentes saudáveis arrancados desnecessariamente foram encontrados com o dentista, que guardou em casa a prova do crime como se fosse um troféu. É um troféu da mais absoluta incompetência.
O Brasil tem uma das melhores odontologias do mundo e o fato em dúvida colocará sem dúvida isso em questão em dúvida mesmo que o correto não seja colocar em dúvida o trabalho de toda uma classe profissional que tem, sim, muita gente competente. Por isso mesmo a Sociedade Brasileira de Odontologia precisa vir a público dizer alguma coisa, se é que se pode dizer alguma coisa diante de procedimento tão grave e absurdo.
As notícias também dão conta de que os dentes saudáveis arrancados brutalmente seriam utilizados para ensinar aos alunos. Que professor é esse que ensina tudo errado?
FALOU E DISSE...
Do professor e acadêmico Arnaldo Niskier: “A educação continua a ser um dos grandes desafios nacionais. Vamos crescer mais depressa se tivermos um,a educação de qualidade”.
* Ta difícil crescer
Da escritora Fernanda Young: “A liberdade do uso da sexualidade feminina é um direito. A mulher é uma sobrevivente e qualquer recuso que utilize é justo”.
* Nem sempre

sábado, 24 de outubro de 2009

A MENTIRA DESLAVADA DOS NÚMEROS
Cá pra nós: será que você, obrigado a fazer uma ginástica diária para sobreviver ganhando um salário mínimo ou na maioria das vezes, por imposição do mercado de trabalho, menos do que isso consegue entender alguma coisa da chuva de números divulgados anualmente pela Fundação Getúlio Vargas para mostrar que a miséria no Brasil diminui. Entender a matemática dos economistas é sempre uma missão quase impossível porque a realidade da vida nunca bate com os números quase ficcionais divulgados oficialmente.
Então tá: não vamos duvidar dos últimos estudos garantindo que o percentual da população brasileira que vive em situação de miséria caiu de 22,7% para 19,31%. Quer dizer: ainda temos muitos miseráveis espalhados por todo o Brasil. É isso o que realmente precisamos urgentemente resolver
Estudos de economistas mostram Marcelo um resultado no papel e outro (bastante diferente) e no cotidiano: recente trabalho concluiu que os 50% mais pobres foram os que mais ganharam com acréscimos anuais de 8,4%. Acréscimos que convenhamos nada representam em termos de melhor qualidade de vida para aqueles (a maioria) que mais dia, menos dia acabam cercados por moedas, pagas como esmola salarial, incluindo a esmola oficial do programa Bolsa Família ou do também programa Fome Zero.
Apesar da festa (só faltou soltar foguetes) de otimismo que alguns setores tentam fazer a partir de deslavadas mentiras sobre a redução de miseráveis no Brasil, estudos sérios consideram indigentes mais de 50 milhões (29.3% da população) de brasileiros que não conseguem juntar R$ 80,00 mensais para tentar sobreviver.
Não há dúvidas de que o dado mais importante de alguns estudos é o que revela que se cada brasileiro cedesse R$ 14,00 mensais para um indigente, a fome no Brasil seria totalmente erradicada. Diante disso uma pergunta não quer calar: será que a enorme carga de impostos que pagamos não é suficiente para o governo dispor de R$ 14 para cada brasileiro em situação de miséria?
As autoridades costumam dizer que é impossível governar sem contar com grande arrecadação, incluindo o imposto (esse que fingi que vai, mas sempre volta) sobre os cheques. Impossível mesmo é governar com um povo indigente e miserável. Cabe ao governo - e somente a ele - acabar com a mentira deslavada dos números e olhar definitivamente para a verdade da realidade do povo e do país.
NA RUA, NA CHUVA E SEM RENDA
Quem é obrigado a circular, mesmo quer seja de carro, pelas principais avenidas do centro do Rio o faz apressado e nervoso (é o medo), mas mesmo assim dá para perceber um grande número de pessoas que se acumulam debaixo de marquises,especialmente na altura da Central do Brasil: nem todos são, ao contrário do que se pensa, moradores e rua. Pelo contrário: são trabalhadores quer têm onde morar (mal, é verdade), mas que não podem retornar às suas casas por falta de dinheiro para as passagens de ônibus, trem, seja lá o que for. A matemática é, ao contrário daquela praticada oficialmente, simples: se o cidadão trabalhador sai do trabalho e volta para casa não terá dinheiro para voltar ao trabalho no dia seguinte e muito menos para comprar o feijão com arroz do dia a dia da família.
Esse é mais um problema social ao qual não se dá a menor bola e o resultado é o aumento de itinerantes “moradores” de rua. Vejamos: quem ganha R$ 500 ou R$ 600 mensais (nenhum trabalhador desses que realmente pegam no pesado), ganha mais do que isso não pode pagar no mínimo R$ 10 por dia de passagem até porque trabalharia somente para pagar a condução. Dirão os patrões ( e os governos) que existem os vales transporte e refeição, mas nem todas as empresas os distribuem como deveriam. Além do mais sabemos todos que esses vales são na maioria das vezes, trocados por dinheiro vivo para cobrir despesas do obrigatório sustento diário (saco vazia não fica em pé, como se diz popularmente).
O elevado preço da (das) passagem tem provocado também o desemprego de muitas diaristas: nenhum patrão, que geralmente também é um mal pago assalariado, pode dispor todos os dias de R$ 10 ou R$ 15 para a passagem, além da diária que nem anda tão baratinho assim. A conseqüência é o desemprego: a classe média (a que mais utiliza esse tipo de serviço) não tem condições de arcar com mais uma despesa mensal com de diarista e passagens, o que a faz abrir mão do quase sempre necessário auxílio de uma faxineira, que, aliás, trabalham cada vez menos aumentando o número de empregados informais. Não é muito raro ver em lojas estabelecimentos assim: ”precisa-se de balconista que more perto”. Não, o patrão não está preocupado com o desgaste físico do empregado no corre-corre da locomoção diária, mas sim em não ter quer desembolsar o vale transporte ou outro vale qualquer que geralmente não vale nada. O alto preço das passagens (e essa já é outra discussão) está cerceando a liberdade do trabalhador de ir e vir. Ou ele vem e não volta (haja marquises) ou simplesmente não vem mais e acaba aumentando a estatística de um desemprego que não deixa esse país caminhar realmente (e não necessariamente a pé) pra frente. Pra frente como se a população é obrigada – e cada vez mais – a estacionar debaixo de qualquer marquise imunda.
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ...
Vem mais uma eleição por aí (pra que tanta eleição se quem ganha esse bom “emprego” não resolve nada a não ser a própria boa vida?) e uma velha discussão voltará ao palanque: a utilização do chamado horário gratuito (mas mesmo assim comercializado por baixo do tapete) que custa uma fortuna para os cofres públicos e acarreta um enorme prejuízo nas grades de programação das emissoras de rádio e televisão – isso sem contar o estrago que faz na paciência do eleitor, cansado de tantas promessas e baboseiras. As opiniões se dividem: alguns políticos acham que a propaganda gratuita ajuda a eleger e outros acreditam que esse tipo de propaganda não acrescenta nada e, pelo contrário, abala ainda mais a já desacreditada (e bota desacreditada nisso) imagem da política e, evidentemente, dos políticos. No ano que vem a propaganda política custará mais 272% se comparada aos gastos de 2006. Os cofres públicos não desembolsam dinheiro vivo, mas por conta da isenção fiscal permitida aos veículos de comunicação os cofres públicos que são engordados com o exagerado número de impostos que pagamos perdem milhões. A estimativa da Receita Federal é a de que as emissoras de comunicação deixarão de pagar em 2010, por conta isenção fiscal com o horário gratuito, nada mais nada menos do que R$ 851,1 milhões. Nos últimos oito anos a isenção fiscal permitida às emissoras de rádio e de televisão provocou aos cofres públicos perdas de 2,8 bilhões. Pesquisa realizada no ano passado concluiu que 61% dos eleitores admitem que o horário político no rádio e televisão influencia sua decisão de voto. Vai ver é por isso que continuamos votando errado.
FUGA ECONÔMICA
A crise norte-americana não está afetando apenas a parte econômica do país: está também diminuindo a população de estados caso, por exemplo, da Florida, que segundo relatório do The Beacon Council, entidade que congrega o empresariado de lá, mostra que depois de cem anos nos quais recebeu centenas de novos habitantes por semana, o que o transformando-se em 2000, no quarto estado mais populoso dos EUA (16 milhões de habitantes) a Florida encolhe: tem menos 100 mil habitantes e um recorde de despejos e desemprego. Muita é obriga a ir cantar em outra freguesia. Essa é considerada sua primeira perda demográfica desde 1900, excetuando o período das duas guerras mundiais. O relatório confirma ainda que todos os dias lojas e restaurantes deixam de funcionar e pedem falência.
* Como se vê ter dólares nem sempre resolve
ALMA DO NEGÓCIO
O mercado sexual com ofertas de companhia de todos os tipos (louras, morenas, mulatas, ruivas, magras, vesgas e por aí vai) é um dos mais acessados via Internet. Tem um cada vez maior número de sites (verdadeiras, às vezes nem tão verdadeiras assim, graças ao photoshop) vitrines de ofertas e de indicações em fóruns nos quais clientes (ou supostos) narram seus encontros que acabam servindo como recomendação ou como uma maneira de não entrar em um programa furado. Entre os fóruns dois têm se destacado pelo grande volume de mensagens: são o GP guia com, atualmente, 15.491 membros que já postaram 91.994 mensagens e o Hot Side que tem 14.194 membros com 79.301 mensagens.
* Os contos eróticos que se cuidem
SUCESSO GARANTIDO
O sucesso dosa cada vez mais procurados ( principalmente por mulheres) sexshops chega ao cinema: as atrizes Maria Paula ( a do Casseta) e Ingrid Guimarães estão juntas nas filmagens de “SAexdelícia”, longa do diretor Roberto Santucci. O filme desenvolve seu roteiro em torno de duas proprietárias de sexshops que contam, com muito humor, o que acontece em seus trabalhos.Quem conhece o roteiro garante que o filme é muito engraçado, o que mostra que sexo pode ser mais divertido do que se pensa.
* E se pratica
DINHEIRO QUENTE
A tela dos cinemas promete ficar mais quente com a verba de R$ 14 milhões distribuída pela BNDES. Onze produtores do Rio recebrão cada um em torno de R$ 560 mil. Um dos beneficiados deverá ser o diretor José Padilha, o de “Tropa de Elite” para a produção e direção de “Nunca Mais na História deste País”, uma espécie de “Tropa de Elite” da política, mas sem a participação de Lula.
* Mesmo assim há muito para mostrar
CRIANÇA FELIZ
A atriz Luana Piovani sabe que os adultos adoram vê-la no teatro, no cinema, na televisão nas páginas de revistas. Mesmo assim ela prefere continuar investindo no aplauso sincero das crianças e promete para 2010 a estréia de sua nova produção infantil à qual deu o título de O soldadinho e a bailarina. O espetáculo é baseado no livro O soldadinho de chumbo e Luana vai, como sempre, investir alto na produção.
* Isso sim é acreditar no teatro e no público. De hoje e de amanhã
A CALCINHA DO SENADOR
Política também se faz com bom humor, mas embora a nossa política seja na maioria das vezes uma piada, uma verdadeira “Zorra Total” com um grande elenco, não é exatamente bom humor o que prevalece em Brasília. Há exceções e uma delas é o senador Eduardo Suplicy que parece estar sempre de bem com a vida e embora seja um político sério, às vezes até sisudo, não dispensa uma boa brincadeira como, só para citar um exemplo, a de ter usado a cueca vermelha que para o programa “Pânico na TV” o transformaria em um Super Homem. Suplicy topou a brincadeira porque, experiente, sabe que assim evita outras brincadeiras de “repórteres“ que freqüentam o Senado para fazer graça - a mesma graça que os mal humorados senadores tentam fazer (achando que são sérios) durante todo mandato.
O bom humor de Suplicy e a brincadeira do “Pânico” ganharam uma dimensão desnecessária, como se não houvesse nada de mais importante para tratar naquele circo. Quiseram encaminhar Suplicy para julgamento na “Comissão de Ética” como se a ética fosse (deveria ser) uma norma dos senadores. Não deu em nada, mas rendeu mais espaço na mídia, o que, aliás, os senadores gostam muito. Suplicy devolveu a cueca vermelha ao “Pânico” que agora fará com ela um leilão beneficente e acabou ganhando de Sabrina Sato, que foi a autora da brincadeira, uma cueca azul bebê de presente. E como brasileiro não perde a piada o episódio rendeu até um cordel do repentista Migezim de Princesa. É assim: “Na minha terra antigamente/ Calcinha não havia, não/ Mulher que usava calcinha/ Vivia na depravação/ Mas, com o passar do tempo/ aprovaram o calçolão / De tudo eu já vi no mundo/ Padre pegar criancinha/ Político cumprir promessa/ Lula rejeitar branquinha/ Mas, ainda não tinha visto/ Um senador de calcinha/ E para 2010/ eu sugiro esta parada/ Nem Dilma nem José Serra (com sua cabeça raspada)/ A campanha é Renda Minha/ O Suplicy de calcinha/ e a Sabrina pelada!”
MEDALHA DO EXAGERO
O Brasil pode até vir a ganhar (tomara quem sim) medalhas de ouro e de prata em 2016, mas se depender da utilização do vocabulário não chega nem na medalha de lata. É que com essa maia de grandeza que ainda temos levou a turma do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) a cometer, segundo estudiosos da língua portuguesa, erros inadmissíveis como, por exemplo, chamar a competição de Olimpíadas 2016 quando certo é Olimpíada porque mesmo que tenha várias competições é a Olimpíada é uma só. Os mesmo estudiosos apontam outro erro eu vem sendo cometido repetidamente: chamar de estádio os locais da realização de competições. Segundo os estudiosos só podem ser chamados de estádios os que tiverem também instalações para atletismo. E o Maracanã, que para a mídia já foi “o maior estádio do mundo”, como é que fica?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A EDUCAÇÃO CONTINUA NA FILA
2009 chega ao fim e todo ano e nessa mesma época a desumana cena se repete: centenas de pais se acotovelam, muitas vezes por mais de um dia, nas calçadas, transformadas em moradias provisórias, que circundam quase todas as escolas do Município. É um horror: até quando pais, mães e abnegados avós terão que se submeter a uma verdadeira tortura para obter o que lhes é de direito (e obrigação dos governos): educação para seus filhos, essas mesmas crianças e adolescentes que todos dizemos que representam o futuro. Que futuro se o que lhes é fundamental agora, ou seja, a educação, praticamente lhes é negada ou oferecida como se uma esmola fosse.
Por mais que as autoridades municipais e estaduais repitam que não é preciso dormir nas escolas para conseguir uma vaga, as filas se repetem e avolumam. Repetem-se simplesmente porque a população não acredita nas palavras e promessas de nenhuma autoridade, seja municipal, estadual ou federal. Afinal, gato escaldado tem medo de água quente e a sofrida população carioca está mais do que escaldada.
“Para dar um futuro aos meus filhos é preciso passar por isso” – repetem sempre as sacrificadas mães. No precisaria passar por mais essa humilhação se o problema (deveria ser solução e não problema) da educação fosse levado a sério em todo o país e se a credibilidade de quem promete (promete seja lá o que for) não estivesse tão desgastada. Desgaste que, convenhamos, não é responsabilidade do povo que, aliás, é quem sempre acaba pagando o pato.
Com suas 1.058 escolas e a promessa de 52 mil vagas, o Município garante todo ano que não faltarão vagas e diz até que no ano passado 7 mil vagas ficaram ociosas, mas ninguém acredita nessa (assim como em todas as outras) contas oficiais.
Os discursos são até animadores, mas mesmo assim o problema persiste e será “calo” no pé de qualquer governo enquanto a credibilidade política e administrativa não for (tá cada vez mais difícil) recuperada. Esse é um calo que dói mais, muito mais, na população.
Talvez seja mais eficaz diminuir os discursos e aumentar a ação: seria uma boa, por exemplo, se agentes das Secretarias de Educação percorressem, depois um grande levantamento, as comunidades mais necessitadas oferecendo vagas e cadastrando alunos, se espalhassem pelas comunidades agentes de educação, como se fez com agentes de saúde na ainda fundamental luta contra a dengue. Tudo bem que a dengue mata. Falta de ensino também.
FRITOS E MAL PAGOS
Dois mil policiais militares estão nas ruas (nos campos de batalha) para combater a marginalidade que nos tem atormentado. A mobilização tem, não há dúvidas, a principal missão de capturar os marginais que derrubaram o helicóptero que resultou na morte de PMs em serviço oficial. Diante dessa informação uma pergunta é inevitável: se agora é possível tirar dos quartéis dois mil policiais, onde eles ficam e atuam o ano inteiro? Não seria mais competente se esses mesmos dois mil policiais estivessem nas ruas todos os dias para tentar evitar que conflitos como os de agora sejam figurinha repetida, uma história que estamos cansados de conhecer?
É verdade que enquanto (até quando?) policiais estiverem agindo próximo aos morros, onde se transformam em verdadeiros alvos humanos, as coisas por lá certamente ficarão mais calmas. Todo mundo sabe que sem poder agir e3m seus quartéis generais os traficantes procuram ( e acham) outra maneira de faturar e assim colocam seus paus mandados em locais movimentados para cometerem pequenos furtos ou grandes assaltos, o que significa que a maioria da população continua desprotegida. A polícia está, sim, mobilizada, mas essa guerra está longe de acabar: por mais que mostre serviço a polícia não tem (será que um dia terá) o mesmo poder de fogo dos marginais armados até os dentes.
Agora mesmo os jornais noticiam que foram apreendidos cinco poderosos fuzis (com poder idêntico aos que derrubaram o helicóptero) supostamente comprados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Cinco foram apreendidos, mas certamente muito outros chegaram às mãos dos bandidos. A Policia Militar enfrenta uma luta desigual contra um poderoso gigante armado. Mesmo com todo o momentâneo esforço da polícia só nos resta a esperança de que um dia o pequeno David (no caso a polícia) consiga derrotar o gigante bandido, que são os marginais. Enquanto isso não acontecer e bom precaver-se (principalmente agora) nas ruas, onde os bandidos buscam novas fontes (e essas fontes somos nós) de renda. Pelo visto continuaremos fritos e mal pagos. Aliás, fritos sempre estivemos. Mal pagos também
FANTASIA FEMININA
As mulheres estão dando (nos dois sentidos) mais vazão às suas fantasias eróticas. Isso fica claro diante de recente estudo da Associação Brasileira do Mercado Erótico revelando que aumentou muito o número de mulheres que se aventuram visitando sexshops: em 1997 as clientes femininas eram apenas 5% e agora estão na invejável marca de 70%. O número de clientes femininas aumentou, mas as fantasias continuam as mesmas: o produto mais procurado ainda é o, digamos, genérico masculino moldado em silicone. As fantasias preferidas entre os parceiros também continuam como antigamente, ou seja, são as de enfermeira e de estudante.
* Desejo10, imaginação 0
QUEM PODE, PEDE
Artistas estrangeiros continuam botando uma banca danada quando fazem o favor de se apresentar no Brasil: além dos altíssimos cachês pagos em dólares ou euros, há exigências inusitadas como, por exemplo, as de Maria Carey que pediu em contrato 80 toalhas brancas, carro blindado, seguranças, ficar no mesmo apartamento que hospedou Madonna no Copacabana Palace do Rio. O “Copa” que terá de instalar novos aparelhos der ar condicionado – equipamentos que a própria cantora trará em sua bagagem e que foram especialmente desenvolvidos para que não prejudiquem sua voz. Não demora muito vão querer selecionar o público.
* Ou trazê-lo na bagagem
PERGUNTAR NÃO OFENDE
1 - Por conta do recente conflito que mais uma vez apavorou a gente pacata do Rio, o presidente Lula ganhou a manchete do Jornal do Brasil com essa declaração: “É preciso limpar a sujeira que traficantes impõem ao Brasil”. Não só essa, mas corre o risco do Brasil acabar com toda a água e sabão do planeta se decidir realmente limpar toda a sua sujeira. Quando é que finalmente vamos fazer isso?
2 - Durante o recente, mas certamente não o último,conflito entre traficantes e policias no Rio o ministro da Justiça, Tarso Genro, veio a público e colocou à disposição do governo carioca a ajuda da Força Nacional de Segurança. O governador recusou dizendo um simples “ainda não precisa”. Não precisa como? Ainda como? Tá esperando o que: os bandidos tomarem conta de tudo, inclusive do Palácio Guanabara?
3 - Com imagens cedidas pelo SBT, que não tem muito do que se orgulhar em sua programação, a CNN em espanhol e a CNN internacional dera destaque ao conflito do Rio que chamaram ( e não sem motivo) de “quase uma guerra civil” lembrando em todos os textos que o Rio acaba de ser escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. É bom que a gente não esqueça disso...
4 – Nem todos que assumem importantes cargos públicos no Brasil entram no jogo de tentar empurrar a sujeira e a verdade para baixo de um já imundo tapete. É o caso de Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: “O Brasil não controla a diarréia como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”. Precisa dizer mais?
A BOLSA E A VIDA
Não faz muito tempo quando se falava em assalto vinha imediatamente a frase “a bolsa ou a vida”, famosa e de certa forma descritiva também por conta de uma também famosa crônica. Hoje os ladrões não pedem mais a bolsa: vão logo e violentamente arrancando relógio, celular, carteira e se bobear também a nossa roupa.. e muitas vezes a vida. A bolsa da moda não é a que os ladrões nos tomam, mas a que o governo dá: a Bolsa Família já distribuiu exatos R$ 57,7 bilhões para 12 milhões de famílias, a metade no nordeste, o que prova uma vez mais que é preciso dar mais atenção (e não só dinheirinho) para o bravo povo de um nordeste que nem os nordestinos aguentam mais. A Bahia de tantas músicas e um alegre carnaval está em primeiro lugar entre os estados beneficiados: foram contempladas - se é que se pode chamar de prêmio a mísera gorjeta dessa Bolsa - 1,5 milhões de famílias baianas. Dados oficiais confirmam quer hoje 25% da população de 5.564 municípios recebem o benefício (varia entre R$ 22 e R$ 200) da Bolsa Família... e, pelo visto, mais nada. Não é nada, não é nada... é coisa nenhuma.
FALOU E DISSE...
Da modelo Daniella Sarahyba: “Mulher nenhuma gosta de mão-boba, que não sabe aonde vai. Mulher gosta e atitudes seguras, de uma bela pegada.”
* Sempre com carinho

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A BOLA DA VIDA
A constante presença de muitos comentaristas (cada um “vendo” a partida de um jeito) e locutores, que não se limitam a transmitir o jogo, durante a Copa do Mundo acaba nos levando a uma reflexão sobre o futebol que mesmo tendo regas definidas, é o mais confuso e mais imprevisível esporte de todos os que conhecemos. Imprevisível principalmente na reação da torcida
Desde a época em que fui repórter de esportes na saudosa Ultima Hora de Samuel Wainer muita coisa sempre me pareceu estranha e confusa. Continua sendo. O futebol nos mostra a cada partida uma incrível, inesgotável e mágica coreografia que faz mais belo o espetáculo que tem sempre a bola a como solista. A bola parece à mulher amada. É atrás dela que todos corremos inclusive nós, torcedores, mesmo quando estamos sentados em uma confortável poltrona para ver aquele que é em sua fantástica coreografia o espetáculo mais variado e surpreendente do mundo.
A seleção brasileira está em campo vencendo por dois gols e os comentaristas, assim como os torcedores, reclamam e dizem que a partida é difícil, nervosa e que a qualquer momento a sempre inesperada coreografia dos bailarinos de chuteira, pode mudar tudo. Pode sim: essa falta de certeza que mesmo um resultado tranqüilo não consegue nos dar é que faz o futebol ser fascinante. O futebol tem o poder de nos deixar o tempo todo nervosos, inseguros, amedrontados, insatisfeitos, com amor e ódio misturados a cada chute enquanto a bola rola e é freneticamente perseguida em campo e chutada também por pés que nem lá estão.
O futebol só é apaixonante porque mexe antes, durante e depois do jogo, com a nossa emoção. Tem de ser assim: não teria a menor graça se soubéssemos antecipadamente o resultado e se todos os jogos fossem a moleza que o torcedor sempre espera para seu time. É fascinante o fato de qualquer resultado ser possível em uma partida de futebol. Mesmo quando se tem num mesmo time os maiores jogadores do mundo é impossível driblar com facilidade a emoção, a angústia e a incerteza. É na incerteza que está a maravilha maior do correr atrás da bola.
Ao mesmo tempo em que um gol nos provoca um prazer indescritível, uma partida de futebol nos deixa tensos. Talvez seja o poder relaxar, ao final, com uma vitória é que faça o futebol ser tão apaixonante, tão intenso e tão emocionante. Se faltarem apenas dez minutos para o final do jogo e nosso time estiver ganhando de cinco a zero ainda assim continuaremos tensos até que o apito final nos permita relaxar. Relaxar só até a próxima partida: afinal, a única verdade que existe no futebol é que a bola rola em campo. O resto é incerteza e a incerteza é sempre nervosa, sofrida, apaixonada, radical.
É assim também o jogo da vida que se assemelha em quase tudo a uma partida de futebol: no campo da vida também não sabemos se a vitória virá com certeza e se não temos que correr atrás da bola precisamos correr, com passes precisos, atrás de “gols” que nos permitam vibrar de felicidade e relaxar ao final de cada “jogo”, de cada dia. No dia seguinte, como na próxima partida, o gol da vitória pode nos escapar. O craque do jogo de hoje pode não repetir a mesma atuação, no campo de jogo ou no jogo da vida, amanhã. É por isso que devemos estar todos os dias mais preparados para correr atrás da bola.
* A bola da vida
MAIORIA MASSACRADA
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.
A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz.
Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra.
Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí o combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.
TIPO EXPORTAÇÃO
Em termos de qualidade o SBT não tem uma programação da qual possa se ( e nos) orgulhar, mas mesmo assim exporta seus produtos: foram da emissora de Silvio Santos as imagens utilizadas pela CNN espanhola e pela CNN internacional nas reportagens sobre a recente batalha, no Rio, entre traficantes e polícia com o povo no meio. Em todos os textos a CNN falava em “quase uma guerra civil” e fazia questão de lembrar e ressaltar que o Rio acaba de ser escolhido para sediar a Olimpíada de 2016.
* É bom que gente também não esqueça isso
VAI ENTENDER
A televisão mostra que a situação se agrava, o tiroteio aumenta o número de vítimas também e nessa hora entra em cena o ministro da Justiça Tarso Genro, e oferece ao Rio o auxílio da Força Nacional de Segurança. Cena 2: quem entra no “palco” é o governador Sergio Cabral para dizer que ainda não é necessário o auxílio da Força Nacional de Segurança. Não é preciso como?
*Tá esperando o que? A cidade ser toda dominada?
ALTERNATIVA CASEIRA
Aumenta cada vez mais a responsabilidade da televisão de oferecer ao público uma boa programação. A televisão é hoje indiscutivelmente o maior lazer do brasileiro: recente pesquisa confirmou que existem no Brasil 57 milhões de aparelhos de televisão.
* Que às vezes ficam bem melhores desligados
JUSTA RECOMPENSA
Aconteça o que acontecer o futebol não perde espaço: assim a como a torcida, a CBF está tão satisfeita com o inicialmente desacreditado trabalho de Dunga como técnico que Ricardo Teixeira, resolveu premiar o técnico por ele escolhido aumentando o seu salário de R$ 155 mil para R$ 220 mil mensais, o que ainda está longe dos salários que Muricy Ramalho recebe no Palmeiras e Wanderley Luxemburgo no Santos.
* O que não os impede de continuar sonhando com a seleção brasileira
BOLA NA ÁREA
Não poderia ser ao contrário: tem muito empresário pensando em mais faturamento na Copa do Mundo de 21014 que será realizada por aqui. Um desses bem sucedidos empresários é o jornalista J. Hawilla que até agora só controlava, através da Traffic, as placas publicitárias nos estádios. Agora Hawilla quer administrar os estádios inteirinhos e acha que com sua inegável vasta experiência está preparado para isso já que conhece em detalhes os problemas de cada estádio brasileiro.
* Inclusive o que acontece nas bilheterias
PIADAS PRONTAS
Costuma-se dizer que o Brasil é o país da piada pronta e a política ajuda muito. Bastou bonecos de Barak e Michele Obama fazerem sucesso ( tem até roupinhas feito a Barbie) nos Estados Unidos para que no Brasil surgissem várias sugestões de bonecos e bonecas tupiniquins: 1) a de Marta Suplicy, que já viria com botox; 2) Eduardo Suplicy com dispositivo nas costas para falar mais rápido; 3) da primeira dama Marisa Letícia com a Hello Kitty sem boca; 4)Michel Temer como mordomo de filme de terror; 5) Dilma Roussef como generala com farda e quepe é 6) Lula como um He-Man com um dedo a menos. Pode ter mais.
* Muito mais
PAÍS DA COCA
Não só cerveja e cachaça fazem a cabeça dos brasileiros das chamadas classes inferiores ( será que existe alguém inferior nesse mundo?): pobre também adora refrigerante e coloca o Brasil entre os maiores consumidores de Coca-Cola do mundo. Os números confirmam: o Brasil é o terceiro pais do mundo em venda de Coca ( a Cola, é claro) e está atrás apenas dos Estados Unidos e México. No Brasil são vendidos 1,6 bilhão de copos de Coca-Cola por dia, sendo que 74% desse total é consumido pela classe E. O Brasil ganha da Índia, onde o consumo por pessoa é de apenas uma garrafa por ano para uma população de 1,2 bilhão de habitantes.
* Haja chá
TALENTO TOTAL
Quem já viu as fotos que a escritora Fernanda Young fez para o ensaio que a revista Playboy publicará breve garante que ela pode orgulhar-se de sua forma física ( segundo Edson Aran, o diretor da revista, ela esta “a maior gostosa”) tanto quanto de seu inegável talento: Fernanda exibe um corpo invejável conquistado com muita musculação, corrida, pilates, ioga e boxe. Para algumas fotos ela posou usando corselet, o que não a impediu de mostrar seus belos atributos físicos. Aliás, há quem acredite que depois da publicação das fotos os coseletes serão objeto de desejo das mulheres e, evidentemente, de muitos homens que mesmo na encolha também adorariam vesti-los. Fernanda, por exemplo, já tem 25 corseletes em seu guarda-roupa, todos feitos sob encomenda. Ela diz que “é uma roupa de guerra que me deixa mais forte”
* Mas nem por isso menos bonita e feminina
NOVO WOODSTOCK
O mundo mudou tanto e em todos os sentidos que ninguém mais acreditava na possibilidade de um novo Woodstotck, mas ele acontecerá e será no Brasil, que negocia com sucesso a sua realização. A previsão é de que a nova versão aconteça no segundo semestre de 2010, em São Paulo.
* Desse jeito São Paulo, onde já não é fácil circular de caro, acaba entrando para o Guiness com o recorde de engarrafamento
FALOU E DISSE...
De Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: ”O Brasil não controla a diarréia, como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”.
* Esse conhece e não esconde a realidade
eli.halfoun@terra.com.br

sábado, 17 de outubro de 2009

A NOVA ENERGIA DE VIDA
Abraçadinho e esbanjando carícias o casal anda pela rua e chama atenção. Não exatamente por causa dos carinhos, que hoje quase não mais existem, mas sim pela diferença de idade. Ele, cabelos brancos e um corpo saudável aparenta ter pouco menos de 70 anos. Ela, morena esguia, elegante, rosto e corpo belíssimos, cabelos longos (como a maioria dos homens prefere) e bem tratados, aparenta ter no máximo 30 anos. Parece ser um casal muito feliz e pouco preocupado com os olhares de crítica ou de inveja que inevitavelmente atrai.
A diferença de idade em um casal (tanto faz se é o homem ou a mulher que tem mais anos de vida) sempre atraiu olhares curiosos, comentários desconfiados e maldosos e uma louca vontade de estar ali vivendo exatamente a mesma situação, a mesma emoção, o mesmo amor. Até porque o verdadeiro amor não se impõe ou define pela idade ou diferença dela. A diferença de idade em um casal, mesmo que esteja saudavelmente feliz, sempre foi motivo de discussões e não é à-toa que tem frequentado várias novelas como acontece agora na novela Viver a Vida.
O amor verdadeiro e inteiro não dá a menor bola para os preconceitos, mas Vários motivos podem explicar a união entre um homem (ou mulher) mais velho e uma mulher (ou homem) mais jovem. Não se pode desprezar a idéia de que agora isso acontece os idosos estão sendo, de certa forma, obrigados a viver em guetos nos quais jovens não entram e velhos não saem.
São louváveis, sem dúvida, as iniciativas de organizar festas, excursões, bailes e outros encontros para idosos, mas não deixa de ser um exagero exigir que idosos só se relacionem com idosos. É no relacionamento com pessoas mais jovens que o idoso reabastece suas energias, descobre, aprende e ensina as novas visões e comportamentos da vida e não precisa ficar todo o tempo falando de doenças, dos remédios que utiliza e que adquiri por melhor (menor) preço em tal farmácia ou contando o passado, quando se sabe que o passado é só história. O futuro brilha em cada jovem olhar qualquer seja a idade. Afinal, a vida sempre continua.
É bonito, sim, perceber os encontroa de idosos em tardes dançantes, mas é muito mais saudável não limitá-los, ainda mais agora com a nova expectativa de vida, a esse tipo de atividade. É verdade que casais com trinta, quarenta ou cinquenta anos de união, reacendem momentos de prazer e amor simplesmente saindo para dançar e conversar, o que, por falta de paciência e motivação, quase não fazem mais em casa.
Nesses encontros (limitados e limitadores) para idosos novos amores entre casais com a mesma faixa de idade podem surgir e reavivar um desejo (pode ser o de uma simples companhia) adormecido. Mas esse desejo adormecido certamente acorda mais forte no encontro de uma parceira ou parceiro mais jovem. Basta que haja amor e nenhuma dúvida ou desconfiança.
Encontros da terceira idade (até parece que existem a primeira e a segunda idade) são necessários, mas não devem ser a única opção para os idosos que de maneira nenhuma e em momento algum precisam estar prisioneiros de um único segmento de vida e prazer. Os idosos querem mais. Basta conversar e conviver com eles para perceber isso.
Aos idosos deve ser permitido sempre conviver e amar com quem bem entenderem. Uma conversa com grupos mais jovens ou um relacionamento afetivo que o faça sentir-se jovem na juventude do parceiro; um amor que o faça sentir-se jovem não é nenhum pecado. Não deve ser nenhum limite. Aprisionar os idosos aos guetos de terceira idade é estabelecer uma espécie de preconceito e praticamente enterrar, em vida, os velhos no mesmo terreno de um cemitério festivo. É preciso mostrar aos idosos, de preferência através da vitalidade e da energia dos mais jovens, que a vida continua e que será melhor ainda com novos ensinamentos e novos saudáveis amores. A diferença de idade não é limite para nada.
* Não pode e não deve ser
REPÓRTER ESPERTO
O ex-repórter e hoje bem sucedido empresário da comunicação e do esporte (fatura muito vendendo jovens jogadores para o exterior) J. Hawila não precisou de muito dinheiro vivo para concretizar, há dias, a compra do jornal Diário de São Paulo: o negócio foi fechado com um acordo a longo prazo. Embora planeje investir pesado (e nem pode ser diferente) no Diário de São Paulo Hawila não pretende descuidar de seus outros negócios, que incluem retransmissoras da Globo no interior paulista, onde também é proprietário da rede de jornais Bom Dia, além é claro da Traficc Marketing Esportivo, carro chefe de todos os seus bem sucedidos negócios. Vale lembrar que J. Hawila começou sua carreira como repórter esportivo da Globo.
* O que prova que jornalista só se dá bem quando muda de profissão
RÁDIO LITERÁRIO
O rádio perdeu força, mas apesar do sucesso da televisão e da internet ainda é o mais poderoso meio de comunicação porque alcança (e cada vez mais) os locais e o público aos quais a televisão com seus muitos avanços tecnológicos dificilmente chegará. Qualquer radinho de pilha comprado em qualquer esquina por R$ 5 ou R$ 10 pode ser sintonizado em qualquer lugar (isso quando não se limita a chiados) desse ainda não totalmente descoberto país. Mesmo assim o rádio não oferece, além de notícias e músicas (funciona na maioria das vezes apenas como um “vitrolão”) muito, até porque ouvintes radiofônicos ainda não têm tantas exigências em termos de qualidade (qualquer barulho ser4ve para fazer companhia). Mas a Band News pretende mudar isso: acaba de contratar o ator, diretor e autor Juca de Oliveira para a leitura e interpretação de textos da literatura mundial. Juca que é sem dúvida uma das boas referências culturais desse país tupiniquim fará isso duas vezes por dia com o programa Devaneios, que irá ao ar de segunda a sexta-feira às 9h10 e 17h3. Juca está entusiasmado: “O rádio é da maior importância. Ele está cada vez mais vivo. Vamos levar o devaneio e o apaziguamento para os ouvintes”. É assim que se forma um público mais exigente.
* E melhor
BOA PEDIDA
Costuma-se dizer que “de graça até injeção na veia”, mas tem coisa melhor como, por exemplo, saber mais sobre o mercado de artes. São esses ensinamentos que o artista plástico e professor Yale Renan vai dar na palestra do próximo dia 22 no Colégio Notre Dame do Rio (Rua Barão da Torre, 308, Ipanema). No encontro Yale, que não é chave, mas promete abrir o cadeado para falar sobre os diversos sistemas do mercado da cultura visual do Renascimento a contemporaneidade. Vale a pena aprender: afinal, cultura é vida.
* De graça melhor ainda
LEI SECA
Não poder tomar aquele (geralmente aqueles) chopinho da saideira, que na maioria das vezes se estende por horas ainda irrita muita gente, mas a verdade é que a inicialmente combatida Lei Seca implantada no Rio é hoje referência mundial e apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como exemplo de combate bem sucedido à violência no trânsito. Não é papo furado: houve significativa redução no número de vítimas do trânsito e os índices estão caindo mês a mês. Os números, que ao contrário dos políticos, nunca mentem, revelam que de 19 de marco até 5 de outubro 84.886 motorista foram abordados em blitzes e 16.898 receberam multas. Mais: 5.573 veículos foram rebocados e 7.058 carteiras foram recolhidas nos 79.664 testes com etilômetro, o que resultou também na aplicação de 1.398 sanções administrativas e 454 criminais e o trânsito teve uma expressiva queda de 19% no número de vítimas. Agora que os almoços e jantares de fim de ano se aproximam é preciso estar mais consciente e menos bêbado
* Saber beber (e principalmente parar na hora certa) também é
educação
FILHA DE PEIXE
Talento não é hereditário, mas boas influências do pais sempre dão um empurrãozinho. Que o dia Antonia Bennet, a filha de Antonio Bennedeto, mais exatamente Tony Bennet, o cantor preferido de Frank Sinatra. Antonia promete ser a melhor surpresa da apresentação de Tony Bennet, dia 29 de outubro, no Vivo Rio. Ela é formada em música e seu talento foi reconhecido pelo The New York Times que a considera “uma mistura de Billie Holiday e Ricki Lee Jameson com um jeito de Betty Boop”. Antonia cresceu ouvindo, entre outros, Sinatra e Ella Fitzgerald. O que prova que bom gosto é uma boa escola.
*Sempre e para tudo
BOAS DE FOTOS
A beleza e o charme da mulher brasileira (é sem dúvida o que o Brasil tem de melhor) continuam encantando o mundo e por isso mesmo já são quatro (seriam cinco se Gisele Bundchen não tivesse desistido) as que participaram do cobiçado catálogo de lingeries da Victoria Secret’s. A mais recente foi Raica e Oliveira, mas já exibiram calcinhas e soutiens as brasileiríssimas Alessandra Ambrósio, Emanuella de Paula e Adriana Luma, que Woody Allen quer levar para o cinema. Todas foram muito elogiadas: além de bonitas são muito competentes
* Nem precisava.
EM NOME DO PADRE
Não se sabe se é coincidência, mas o fato é que desde que se transferiu para a Record com um salário mensal de R$ 3 milhões Gug Liberato não conseguiu levar ao seu programa o padre e seu amigo pessoal Marcelo Rossi, uma garantia de boa audiência. Não se conhece a versão oficial, ou seja, se Gugu está sendo obrigado a rezar na bíblia da Igreja Universal ou se foi o padre Marcelo Rossi que não quis ir. Tudo indica que é a Record que não está permitindo.
* Quer a “sacolinha” dos dízimos só pra ela
PRA FRENTE BRASIL
Apesar de seus ainda muitos problemas (alguns longe, muito longe, de ter solução) o Brasil consegue ser reconhecido mundialmente: recente relatório do grupo ativista Action Aid coloca o Brasil na liderança entre os países em desenvolvimento que lutam contra a fome. Entre outras coisas o grupo elogia a redução de 73% da desnutrição infantil e 45% da mortalidade infantil nos últimos seis anos. O relatório ressalta que os paises ricos vem descumprindo suas promessas e que “o Brasil mostra o que é possível fazer quando o Estado tem os recursos e a vontade política de reduzir a fome”. A gente ainda chega lá.
* Mesmo com a descrença e torcida contra de muitos brasileiros (brasileiros?)
BOA LEITURA
São muitos os blogs oferecidos via internet e é claro que não dá para visitar todos, mas alguns merecem visitas diárias como, por exemplo, o Panis cum ovum (paniscumovum.blogspot,com) que reúne excelentes textos assinados pela competente turma da revista Manchete.
* Visite logo
BELEZA PURA
Beleza pode até ser, como dizia Vinicius de Moraes, fundamental, mas quando está acompanhada de talento é mais bela ainda: uma rápida pesquisa (não oficial) realizada entre a turma que frequenta profissionalmente a TV Globo, no Rio, apontou as atrizes Paola de Oliveira (do elenco da novela Cama de Gato) e Christine Fernandes (do elenco de Viver a vida) como as atrizes mais bonitas da televisão brasileira no momento. Não há o que contestar: elas são realmente lindas.
* E esbanjam talento
CRIATIVIDADE NA RUA
Uma das melhores maneiras de medir a incontestável criatividade do brasileiro pode ser feita através dos camelôs que se espalham (e cada vez mais) por todas as esquinas, não só com suas estratégias de venda, mas também e principalmente com seus bordões. Dia desses um ambulante gritava com voz potente: “compre aqui e me ajude: eu poderia estar roubando ou ser político”.
* O que dá na mesma
Fé demais e fé de menos
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula.
Enquanto os cientistas políticos (sempre eles quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação e imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante.
Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.
eli.halfoun@terra.com.br

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A COVARDIA DOS HOMENS NOS CONSULTÓRI0S
Os homens não são tão corajosos quanto pensam ser. Pelo menos na hora de procurar um médico para tratar de “certos assuntos”, os homens se acovardam, se envergonham e reagem com um machismo que muitas vezes pode ser fatal. Alguns assuntos científicos são tabu para a maioria dos homens que, por exemplo, não gostam nem de ouvir falar, em exame de próstata ou em ejaculação precoce que, aliás, atinge cerca de 30% dos homens.
A ejaculação precoce que tanto envergonha e até apavora a população masculina foi tema do Congresso de Urologia realizado recentemente em Salvador, Bahia. A escolha do tema foi conseqüência da conclusão médica de que o problema, sempre tratado com muita discrição, tem feito, por absoluta falta de ajuda médica e psicológica, o homem sofrer em silêncio com uma situação de fácil solução. A ejaculação prematura é um dos problemas sexuais mais freqüentes nos homens (e, portanto, nos casais) e é responsável por 40% das queixas em consultórios de terapeutas sexuais.
São vários os motivos que causam ejaculação precoce que se dá quando a ejaculação é mais rápida do que a esperada, muitas vezes antes até de concretizar a relação sexual. Algumas da causas da ejaculação precoce ou prematura são:
1) aumento anormal de sensibilidade na glande peniana;
2) ansiedade frente ao desempenho sexual;
3) inexperiência sexual;
4) primeira experiência com parceira que tenha estimulado o coito rápido
5) culpa ou sentimentos negativos em relação à parceira.
Calma, não é o fim do mundo: procurar um urologista soluciona o problema rapidamente com medicamentos simples (geralmente um antidepressivo leve que além de retardar a ejaculação, diminui sintomas de angústia, nervosismo e ansiedade que atrapalham na hora do sexo). Em primeiro lugar é preciso perder a vergonha de falar sobre o assunto, assim como é necessário acabar com o machismo que faz com que muitos homens se envergonhem e se recusem a submeter-se, a partir dos 35 anos, ao anual exame de próstata, o que acaba possibilitando um câncer descoberto tardiamente e por isso mesmo fatal. O homem deve conscientizar-se que não é procurando um especialista que perderá a hombridade. Pelo contrário: um homem sexualmente saudável é sempre mais homem.
* E mais feliz.
SEXO ORAL
Quando se trata de falar sobre o assunto o sexo oral permite muita opiniões e pensamentos. Aqui estão frases e pensamentos que permitem um sexo literalmente oral:
“Eu não pago as mulheres para fazerem sexo comigo, eu pago para ter certeza de que irão embora depois”
“Sexo de graça não existe. Você só não sabe que pagou, está pagando ou pagará”
“Loucura é fazermos sempre as mesmas coisas e esperarmos por resultados diferentes”
“A calcinha não é a melhor coisa do mundo, mas está bem perto”
“Retroceder nunca, render-se jamais. A maior vitória é nunca ser derrotado”
“As mulheres estão descobrindo que mulher é bom, coisa que os homens já sabem há séculos”
“Em terra de cego, quem tem três olhos é gay”
“A castidade é a mais antinatural de todas as perversões sexuais”
“Amor platônico significa gostar de alguém do pescoço para cima”
“O que é mais gostoso na masturbação é que você não tem que dizer nada depois”
“Sexo é aquela coisa que ocupa um mínimo de tempo e causa um máximo de encrenca”
“Sexo alivia as tensões. Amor as causa”
“Só existem duas coisas importantes na vida. A primeira é sexo, a segunda eu não me lembro”
“Alguns casamentos acabam bem, outros duram a vida inteira”
“As mulheres são capazes de fingir um orgasmo, mas os homens são capazes de fingir uma relação inteira”
“Sexo é como um jogo de cartas: se não tem um bom parceiro (ou parceira) é melhor que tenha uma boa mão”
“Intelectual é o cara que encontrou algo mais importante que sexo”
“Clitóris é igual computador: nem todos conseguem mexer direito com ele, mas a maioria sabe para o que servem”.
“Sexo não tem nada a ver com amor. Tanto isso é verdade que o governo me fode há anos e eu não sou apaixonado por ele”
“A diferença entre o sexo pago e o sexo grátis é que o sexo pago costuma sair mais barato”
“O que é mais moderno: a masturbação masculina ou feminina? A feminina é mais moderna, pois é digital. A masculina é manual”.
“O sexo grupal é uma atividade que desperta grande interesse. Sempre junta gente”
“Os homens têm dificuldades para perceber quando as mulheres gozam. É que nessa hora eles nunca estão por perto”.
NOVO TEMPO
As inglesas não estão mais tão sérias e frias como sempre pareceram ser. Em Londres os tempos mudaram e tem feito com que as mulheres já falem sobre sexo e principalmente aventuras extraconjugais mais abertamente: está na moda usar a internet para revelar traições conjugais, manias sexuais, troca constante (e bota constante nisso) de amantes e mais, muito mais. Os depoimentos incluídos diariamente em um site especial (criado, é claro, por mulheres) tem de ser verdadeiros, mas as autoras não precisam identificar-se, ou seja, podem usar pseudônimos ou,se preferirem, manter-se em anonimato total.
* Estão mais corajosas e livres, mas nem tanto
PALHAÇADA TOTAL
As brasileiras que também estão utilizando a internet para revelar segredos sexuais ganharão mais um, digamos, palanque: os depoimentos do blog “Homem é tudo palhaço” serão reunidos em livro, o que pode vir a acontecer também com os textos do site “Vida Secreta”.
* Quando os homens começarem a abrir o jogo faltará espaço
PAPA TUDO
Promete ser emocionante a festa, dia 22 de novembro, de entrega dos prêmios American Music Awards, um dos maiores da indústria fonográfica nos Estados Unidos. A emoção ficará por conta de Michael Jackson indicado para ser o Artista do Ano e que concorre também aos troféus de Melhor Artista Pop/Rock, Melhor Álbum do gênero,Melhor Artista Soul e Melhor Álbum com “Number Ones”.
* A família Jackson já deve estar gastando por conta
CORAGEM EDITORIAL
O cantor Ronnie Von, que já é dono de uma agência de publicidade, não se assusta com as constantes reclamações de empresários do mercado editorial e decidiu lançar sua própria revista, que pode começar a circular ainda esse ano. A revista recebeu o nome de VON e segundo Ronnie chegará para preencher uma “lacuna no mercado editorial brasileiro no segmento de celebridades e comportamento”. O projeto está pronto: a revista abordará temas como família, casa, moda, turismo, personalidades, eventos, gastronomia, finanças e cultura.
* Ou seja: nada de novo
VODKA DA BOA
Essa moda de consumir produtos orgânicos atinge também as bebidas alcoólicas: em abril de 2010 os amantes de vodka, aquela que não deixa cheiro, mas dá um porre homérico, poderão consumir a primeira vodka orgânica do mundo e que está sendo desenvolvida por produtoras italianas. A nova vodka, inspirada em “O Poderoso Chefão”, é fruto da recém assinada parceria entre a Paramounth Pictures, detentora dos direitos dos três filmes, e a Iconic Brands. A vodka será comercializada mundialmente com o nomne de “Godfather Italian Organic Vodka” e poderá ter Marlon Brando caracterizado de Dom Vito Corleone no rótulo.
* Sóbrio
COXAS CARDÍACAS
O que é que um par de coxas tem a ver com o coração, além de uma aceleração de desejo. Tem mais do que se pensava: recente estudo do Hospital da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, concluiu que mulheres (e homens) que possuem circunferência superior a 60 centímetros de coxas, têm menos risco de desenvolver doenças cardíacas. O estudo, realizado com 3 mil pessoas, revela ainda que coxas estreitas podem não ter massa muscular suficiente para processar a insulina de maneira apropriada, aumentando assim o risco de diabetes e doenças cardíacas. Como se vê as “coxudas” estão bem na fita.
* Mesmo com um festival de celulites
eli.halfoun@terra.com.br

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A COR DA VIDA
Contrastes de fim de ano: a televisão fica mais iluminada com a queima de fogos transmitida de Copacabana e que reúne uma multidão para ver o céu mais colorido e permitir que pelo menos nessa noite todos sejam democraticamente iguais. Da janela do meu quarto o céu se ilumina com os fogos que explodem na chamada parte boa do morro do Salgueiro. São fogos menos intensos e menos coloridos do que os de Copacabana, mas a alegria de quem os vê certamente tem a mesma intensidade. Nesse momento todos parecem estender a mão para a felicidade
A última noite do ano e o início do que todos esperam seja realmente o de um “novo tempo” é a mesma para a multidão que se aglomera em Copacabana (e que ajuda a fazer aquele que já é um espetáculo que chama a atenção do mundo) e das pessoas que da janela de seus luxuosos apartamento ou das frestas de seus barracos vibram com a queima fogos na praia ou no morro. É como se estivéssemos queimando o passado e abrindo um novo clarão para o futuro. Na última noite do ano todo mundo é igual. A alegria é a mesma; a esperança é total; a ressaca é igual para quem tenha bebido em excesso champanhe verdadeiro ou tenha se entupido com copos e mais copos de cerveja, de cachaça, de cidra (que horror!) ou de vinho, se é que se pode chamar assim, o de garrafão. Todo mundo espera, na praia, nas luxuosas e fartas coberturas ou no barrento chão do morro que o ano novo seja feliz, perfeito e a cada dia com menos e menores contrastes.
Queima de fogos nos morros não chega a ser nenhuma novidade: fogos de artifício, sem falar nas verdadeiras balas dos revólveres e metralhadoras, que sempre se perdem no corpo de alguém no asfalto, estouram o ano inteiro, seja para anunciar que o baile funk vai começar que a nova remessa de drogas chegou ou que a polícia está subindo, como se isso adiantasse alguma coisa.
Mas nos minutos finais da última noite do ano, a queima de fogos no morro ganha proporções diferentes. É, como em qualquer parte do mundo, o sonoro aviso que é hora de juntar no peito e na alma todas as esperanças. Sempre existe mais do que uma única esperança
Meu olhar se divide entre o belo e colorido espetáculo que a televisão me proporciona e o também grande (embora menor) espetáculo que, dessa vez sem medo, o morro me deixa ver. O ano inteiro o foguetório no morro é assustador, de uma tensão total, mas nessa noite é de festa. É esperança. É um espetáculo alegre e de paz. Como deveria e poderia ser o ano inteiro.
Na fantástica queima de fogos em Copacabana ou na também grandiosa festa no morro todos são iguais. E no céu, com um colorido que é a cor da vida, se escreve sempre um iluminado “Feliz Ano Novo”
* Pelo por uma única noite de igualdade e esperança OLHA O CARRO AÍ !
Todos reclamam do confuso e violento trânsito das principais capitais brasileiras. Entre os maiores “chiadores” estão justamente os que a bordo de seus carros, são os responsáveis pelas “barbeiragens” e esquecem que quando não estão escudados por seus veículos também são pedestres e, portanto, alvos fáceis para os motoristas (se é que assim se pode chamar a maioria que dirige irresponsavelmente).
O trânsito é, sabemos todos (mas nem assim nos mancamos) uma das principais causas de morte no Brasil. Se a nossa educação tiver que ser avaliada por nossa conduta nas ruas (no trânsito, mais especificamente) pode-se concluir facilmente que formamos um povo completamente mal educado. Talvez isso até mude (será difícil, muito difícil) agora que a Câmara dos Deputados promete votar (digo promete porque nunca se sabe quando os senhores deputados irão trabalhar ao menos um pouquinho) a revisão do Código de Trânsito Brasileiro, o que se faz fundamental agora que receberemos, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, milhares de visitantes.
Entre as novas propostas estão: 1) redução de velocidade máxima permitida nas rodovias, 2) aumento de idade mínima para passageiros de motos. 3) proibição de circulação de motos entre os carros, 4) multas mais pesadas para quem pratica rachas, 5) prazo maior de detenção para quem causa a morte de alguém por dirigir embriagado.
Seriam sem dúvida ótimas medidas se as leis fossem realmente cumpridas nesse país ainda tupiniquim, mas como por aqui as leis não pegam, o trânsito continuará sendo uma poderosa arma contra esse povo que já tem que se defender diariamente de tantas outras ameaças.
É verdade que a culpa geralmente é do motorista, mas não se pode esquecer que muitas vezes é o pedestre o mais abusado (não espera o sinal fechar, atravessa fora das faixas, faz um zig-zag entre os veículos e caminha margeando a calçada e não na calçada como deveria fazer para sua própria, mas nem sempre total. proteção). Por isso talvez seja o caso de revisar (ou criar uma nova) a lei de conduta do pedestre. Pedestres educados são capazes, sim, de acabar com os motoristas mal educados. Pode-se argumentar que seria mais uma lei para ficar apenas no papel, mas só até o dia em que aprendermos a cumprir a lei.
* Que não pode continuar sendo só a do mais forte
PALADAR COMPLETO
Nosso tradicional feijão com arroz, a mistura considerada completa para a saúde, é quase sempre obrigatória no cardápio do brasileiro, mas quem quiser satisfazer mais do que o paladar e consumir alimentos que tenham também poder afrodisíaco, deve esquecer o feijão nosso de cada dia. Depois de ouvir mais de 100 sexólogos e nutricionistas, a revista italiana Via de Gusto, elaborou a lista de alimentos e ingredientes e que alimentam mais do que o paladar. Em primeiro lugar está a pimenta que bota pra arder em todos os sentidos. Em seguida estão os queijos, especialmente o gorgonzola, parmesão e o de leite de cabra. Como prato quase principal (o principal certamente será sua companheira ou companheiro) os ideais são os peixes e crustáceos. Entre os temperos estão o coentro e o cravo que funcionam principalmente para as mulheres, e o açafrão, o gengibre e a baunilha, além do azeite extra virgem recomendados para os dois sexos. Antes que a noite fique mais e completamente doce um pouco de açucar é saudavelmente afrodisíaco e as recomendações são o mel e o chocolate, ou seja, todas as sobremesas à base de cacau.
* Se nem assim der jeito, desista.
NEGÓCIO PRA CIMA
Se tem um negócio que está crescendo (e fazendo crescer) no Brasil é o mercado de produtos eróticos: já temos 700 sex shops e três mil revendedoras domiciliares cadastradas na Associação Brasileira das Indústrias do Mercado Erótico e Sensual (Abeme). Apesar desse crescimento o Brasil ainda não é um bom produtor desse tipo de produtos: quase todos os, digamos, incentivos, são importados, o que, apesar dos preços, não impede boas vendas, movimentando nada mais nada menos do que R$ 800 milhões por ano, o que coloca o Brasil no quinto lugar do ranking dos países que mais consomem produtos eróticos. A previsão é de que ocorra aumento cada vez maior: estudo do Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas de São Paulo, garante que o brasileiro (ainda muito machista) está mudando e aceitando melhor cada vez mais a utilização de incentivos eróticos como géis, chicotes, algemas e fantasias;. O estudo diz ainda que o aumento da venda de produtos eróticos é incentivada também por tem como algumas opiniões médicas garantindo que o casamento fica mais animado com a utilização dos brinquedinhos eróticos.
*Afinal, tem gosto pra tudo
OS IMPREVISÍVEIS
É difícil, muito difícil entender o confuso caminho da política porque assim como os que a praticam ela é imprevisível. Vê se dá para tentar compreender: por mais que Lula negue que pretenda ter (pelo menos agora) mais um mandato, cientistas políticos estão convencidos de que há sinais de que Lula no poder. Entre os argumentos que apontam para essa quase certeza estão a alta e não transferível popularidade do presidente, a presença de mais de 100 mil sindicalistas no poder, além de muitos outros argumentos. Como os cientistas políticos também acabam sendo confundidos pela indefinição da política só resta esperar pra ver.
* E crer
SEM APELAÇÃO BARATA
Os assessores da ministra-candidata Dilma Roussef enfrentam um grande desafio: convencer a candidata a adotar um discurso mais popular e até apelativo, mas ela resiste: não quer mudar o tom de seus discursos e passar a usar um comportamento verbal mais para programa de auditório de baixo nível do que para a chamada política séria.
* Séria até quando?
SUPER PREMIO
A Caixa Econômica tem um novo desafio até o final do ano: encontrar uma maneira de evitar filas quilométricas nas “lotecas”. É no sorteio do dia 31de dezembro, a Mega Sena distribuirá o maior prêmio de sua história: R$ 100 milhões. A Caixa não tem dúvidas de que a “Mega da Virada” provocará uma corrida (sempre resta uma esperança) para apostas e procura uma maneira de aliviar o trabalho das casas lotéricas e não abusar da paciência dos apostadores.
* Quem tem limites. Mesmo com um premio milionário
FUMAÇA LIVRE
Enquanto muitos países procuram cercear a liberdade dos fumantes, a Rússia está mais democrática e já permite as baforadas tóxicas em todos os lugares como, por exemplo, bares, restaurantes, repartições, conduções, hotéis, etc, etc. O uso do tabaco só é proibido na Praça Vermelha e quem não respeitar essa única limitação sofre uma multa pesadíssima. Quem pretende visitar Rússia terá uma grande surpresa: é comum, quase obrigatório, brindar com vodka e é de bom tom levar flores para a dona da casa se for convidado para jantar ou almoçar, mas deve ser um ramo com um número impar de flores,já que os números pares são apenas para os mortos. A moda ainda é comportada e exige que as pessoas estejam sempre vestidas formalmente: vestir-se informalmente é sinal de desrespeito.
* Ou seja: a tal da camiseta básica lá não tem vez
BOLA DE OURO
Muitos jovens, especialmente os da periferia, sonham ser jogadores de futebol que ainda é uma possibilidade de driblar a pobreza e, portanto, a fome. É um sonho que pode transformar-se em pesadelo já que, ao contrário do que se pensa, a maioria dos jogadores não recebe os tão cobiçados salários milionários. Se não der para ser jogador de futebol outra rentável alternativa é ser empresário, que geralmente ganha mais do que um craque e sem precisar correr atrás da bola e mostrar serviço em campo. Um bom exemplo é contado pelo jornalista Paulo Vinicius Coelho no livro “Bola Fora: a Histórias do Êxodo do Futebol Brasileiro”. PC conta que o jogador Henrique, revelado em 2007 pelo Coritiba na segunda divisão foi comprado pela Trafficc, que agencia vários jogadores, repassado para o Palmeiras em 2008 e em seguida vendido ao Barcelona por R$ 26 milhões, dos quais o atleta recebeu pouco. O Palmeiras embolsou cerca de R$ 6 milhões e a Trafficc, dona do negócio, engordou sua conta com mais R$ 16 milhões.
* E nem precisou entrar em campo
eli.halfoun@terra.com.br